Cristas responsabiliza Costa por "colapso dos serviços públicos"

Líder do CDS diz que "a degradação na ferrovia e dos comboios, tem um nome, chama-se António Costa e é primeiro-ministro".

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Cristas deu conferência de imprensa antes de partir de comboio para o Algarve LUSA/TIAGO PETINGA

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu esta quarta-feira que o país vive um "colapso dos serviços públicos", especialmente patente na saúde e transportes, responsabilizando directamente o primeiro-ministro pela situação.

"O responsável máximo pela degradação dos serviços públicos, pela degradação na saúde, agora pela quebra no investimento público, a degradação na ferrovia e dos comboios, tem um nome, chama-se António Costa e é primeiro-ministro", afirmou Assunção Cristas, em conferência de imprensa, na sede do CDS-PP, em Lisboa.

A líder centrista convocou uma reunião da comissão executiva do partido, o órgão restrito de direcção, para "avaliar o colapso dos serviços públicos", antes de partir para o Algarve de comboio.

Questionada sobre um eventual pedido de demissão dos ministros da Saúde e do Planeamento, Assunção Cristas responsabilizou directamente António Costa: "Todos os outros [ministros] são coadjutores nesta responsabilidade política máxima, que é do primeiro-ministro".

"Faz orçamentos que procuram agradar, executa orçamentos que só agradam a Mário Centeno [ministro das Finanças] e, certamente, a Bruxelas, tão diabolizada noutros tempos pelo PCP e pelo BE", defendeu.

Assunção Cristas salientou ainda que António Costa "optou por governar com as esquerdas encostadas, governar com as esquerdas radicais, para fazer os seus jogos e manter-se no poder, mesmo sabendo que isso poderia significar um sacrifício à mesa do Orçamento por parte de muitos sectores de serviços públicos no nosso país".

"O CDS já propôs uma moção de censura ao Governo. Essa moção de censura foi por uma razão muito específica [incêndios de 2017], mas posso dizer que não mudámos de opinião em relação a este Governo", declarou.

Dados do desemprego

Assunção Cristas defendeu também que a descida da taxa de desemprego para 6,7% "não tem a ver com a acção do Governo" e foi alcançada "à boleia da reforma laboral" do anterior executivo.

"Tudo o que é boa notícia para o país é boa notícia para nós também. Tenho-o dito muitas vezes. Nessa matéria, creio que o Governo levou uma boleia muito grande da reforma laboral feita pelo anterior Governo que, como está à vista, ajudou a favorecer uma descida do desemprego", defendeu Assunção Cristas.

"O CDS terá sempre uma palavra positiva para as coisas que são positivas e terá sempre uma palavra de denúncia, de preocupação, e de exigência, para aquilo que está a correr mal. Neste momento, o que está a correr mal é a imensa degradação dos serviços públicos, precisamente aquilo que está na mão do Governo evitar", argumentou.

Para a líder centrista, a descida do desemprego é também "fruto de uma conjuntura externa muitíssimo favorável que tem empurrado o crescimento do país".

"Se eu estivesse no Governo estaria preocupada com a desaceleração do crescimento económico - estando na oposição preocupa-me muito -, estaria preocupada com a qualidade dos empregos que criamos, estaria preocupada com a sustentabilidade desse crescimento que nos permite ter bons emprego", sustentou.

"Aí, infelizmente, vejo o Governo a andar para trás, nomeadamente, revertendo uma reforma laboral que, como está à vista de todos, foi bem-sucedida", concluiu.

A taxa de desemprego desceu para 6,7% no segundo trimestre, atingindo o "valor mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2011", divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Este valor é inferior em 1,2 pontos percentuais ao do trimestre anterior e em 2,1 pontos percentuais do trimestre homólogo de 2017", refere o INE.