Mais uma fornada especial deixa selecção a um passo de nova final
Jogo com a Ucrânia pode valer a Portugal a quarta presença em finais de Campeonatos da Europa na categoria sub-19.
A selecção portuguesa de sub-19 discute, esta quinta-feira, em Vaasa, na Finlândia, a possibilidade de disputar pela quarta vez uma final europeia, a segunda consecutiva e a terceira desde 2014 - para não mencionar a meia-final de 2016, curiosamente o ano em que mais de metade dos actuais 20 eleitos pelo seleccionador Hélio Sousa para o Finlândia 2018 se sagraram campeões da Europa em sub-17, no Azerbaijão.
“Amputado” de alguns dos heróis dessa prova, como Gedson Fernandes, Luís Maximiano e Diogo Leite (impedidos pelos respectivos clubes de seguirem para a Finlândia, medida que inviabilizou igualmente a chamada dos benfiquistas João Félix e David Tavares), Hélio Sousa teve ainda que prescindir de Rafael Leão (em litígio com o Sporting) e do ex-portista Diogo Dalot, que recupera de intervenção cirúrgica no Manchester United.
Ainda assim, aproveitou 11 dos 19 campeões sub-17, nove dos quais formam normalmente a espinha dorsal da selecção que acaba de garantir o quinto apuramento consecutivo para o Mundial sub-20.
Daí que, decalcar o êxito de Baku parece estar ao alcance desta geração que tem vindo a crescer sob o comando de Hélio Sousa. Uma geração de indubitável qualidade, como muitas outras que a precederam, mas com uma paixão pelo jogo que poderá distingui-la das demais, apesar da indisponibilidade da tal mão cheia de jovens talentos que poderia valorizar as opções do treinador.
Testemunha privilegiada deste crescimento e evolução, o treinador da equipa B do V. Guimarães, Alex Costa, que orientou os juniores do emblema vitoriano nos últimos dois anos e meio, destaca a “enorme qualidade e quantidade” de uma fornada especial.
“Estes jovens nascidos em 1999 são fantásticos. Foram Campeões da Europa de sub-17 e não me surpreende o trajecto vencedor. Muitos têm beneficiado das equipas B e da competitividade da II Liga”, destacou Alex, orgulhoso pelos desempenhos de Romain Correia.
“Tem crescido imenso. Fez sempre parte desta família e agora é titular. Isso é excelente para todos e para o Vitória em particular, pois é óptimo ter jogadores neste patamar. O Romain, como todos estes miúdos, têm muita qualidade. Ele possui uma técnica, velocidade e agressividade notáveis. É uma equipa muito unida, que já ganhou e que colectivamente é muito forte. E depois tem essa paixão pelo jogo, que aliada ao treino é insuperável”, destaca Alex, que fica a torcer por mais uma final.
Responsável pela fórmula de sucesso, Hélio Sousa, há oito anos a preparar os jovens das selecções nacionais para a elite, conhece particularmente bem a solenidade do momento. Finalista vencido em 2014, na Hungria, frente à Alemanha, o treinador português falhou a final de 2016, na Alemanha, precisamente na meia-final ganha pela França, que se sagraria campeã da Europa. Mais fresco ainda na memória de Hélio Sousa e de sete vice-campeões da Europa que este ano voltam a disputar uma final, está o jogo de há um ano, com a Inglaterra, no Campeonato da Europa da Geórgia.
Agora, para chegar ao encontro decisivo, Portugal terá que suplantar a Ucrânia, primeira classificada do Grupo B. Um adversário que soma sete vitórias e dois empates nos últimos nove encontros disputados (torneio de qualificação, ronda de elite e fase de grupos do Euro).
A mesma Ucrânia que deixou pelo caminho o campeão em título, Inglaterra, e que o médio português Miguel Luís destaca pela “capacidade individual” dos avançados, pela “boa defesa e meio-campo sólido”, o que faz do adversário de Portugal uma selecção “globalmente muito complicada de defrontar".
Nada que atemorize ou diminua uma equipa que integra cinco jogadores do Benfica (Florentino, Nuno Santos, Mesaque Dju, João Filipe e José Gomes), três do Sporting (Elves Baldé, Thierry Correia e Miguel Luís) e do Sp. Braga (David Carmo, Francisco Moura e Trincão) e dois do FC Porto (Diogo Costa e Diogo Queirós), para além dos “estrangeiros” João Virgínia (Arsenal), Pedro Correia (Deportivo Corunha), Nuno Henrique (Sion), Domingos Quina (West Ham), Rúben Vinagre (Wolverhampton) e ainda de Diogo Teixeira (Rio Ave) e Romain Correia (V. Guimarães), numa altura em que apenas três (João Virgínia, Diogo Teixeira e Pedro Correia) não somam qualquer minuto.