Património

Arqueólogos descobrem cemitério inca no Norte do Peru

O local onde foram encontrados estes túmulos fica bastante longe da cordilheira andina, coração do Império Inca: situa-se num vale costeiro, a 600 quilómetros a norte de Lima.

O trabalho de um arqueólogo, na Pirâmide das Abelhas Reuters/GUADALUPE PARDO
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O trabalho de um arqueólogo, na Pirâmide das Abelhas Reuters/GUADALUPE PARDO

Uma equipa de arqueólogos descobriu no Peru um cemitério inca no interior de uma pirâmide de argamassa situada num vale desértico costeiro, na zona de Lambayeque, longe da cordilheira andina, o coração do antigo império inca. Até agora, foram desenterradas duas dúzias de sepulturas, semelhantes a cavernas, com restos humanos e cerâmica típica da cultura inca, no sítio arqueológico de Tucume, disse José Manuel Escudero, director da equipa de arqueólogos a trabalhar no local, à Reuters.

O achado foi um lembrete do vasto território – que vai da costa do Pacífico aos Andes -- que o império Inca, com uma rede de estradas e um sistema tributário próprio, controlou antes da conquista espanhola do século XVI.

Acredita-se que Tucume, a 644 quilómetros a norte da capital peruana, Lima, tenha sido colonizada primeiro pela cultura Lambayeque, na viragem do século XII, antes de ser ocupada pela cultura chimu e depois pelos incas, há cerca de 500 anos.

“Há uma reutilização do espaço”, disse Escudero, acrescentando que os arqueólogos ainda têm de encontrar provas de que o espaço mudou de mãos pela via das armas: “Parece que cada cultura achou conveniente usar este sítio para governar.”

Em cinco túmulos, foram encontrados restos mortais de homens que seguravam conchas de spondylus (espécie de molusco bivalve, que tem uma concha espinhosa), usadas em rituais pré-colombianos pelos povos peruanos, disse Escudero.

Um outro túmulo parece ter sido feito de propósito para um membro da elite, porque o corpo foi sepultado numa cama feita a partir de peças de cerâmica embrulhados cuidadosamente. “O corpo está enrolado em mais de quatro mortalhas, uma delas acolchoada”, disse Escudero. “Não se vai enterrar uma pessoa comum assim.”

Escudero diz que os arqueólogos esperam que as descobertas lhes digam mais coisas sobre a “Pirâmide das Abelhas”, como foi apodada, onde os túmulos foram encontrados. “A Pirâmide das Abelhas deve ter tido um grande significado para que eles fossem enterrados ali”, explicou.

Um dos pormenores das peças de cerâmica encontradas nos túmulos
Um dos pormenores das peças de cerâmica encontradas nos túmulos Reuters/GUADALUPE PARDO
Reuters/GUADALUPE PARDO
Arqueólogos trabalham na Pirâmide das Abelhas, túmulos da cultura Inca, no sítio arqueológio de Tucume, em Lambayeque
Arqueólogos trabalham na Pirâmide das Abelhas, túmulos da cultura Inca, no sítio arqueológio de Tucume, em Lambayeque Reuters/GUADALUPE PARDO
Restos mortais humanos e peças em cerâmica
Restos mortais humanos e peças em cerâmica Reuters/GUADALUPE PARDO
A vista geral da Pirâmide das Abelhas
A vista geral da Pirâmide das Abelhas Reuters/GUADALUPE PARDO
Arqueólogos trabalham no local
Arqueólogos trabalham no local Reuters/GUADALUPE PARDO
As peças de cerâmica desenterradas
As peças de cerâmica desenterradas Reuters/GUADALUPE PARDO
Reuters/GUADALUPE PARDO
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