O Repórter X regressa nos novos DVD da Cinemateca
O Táxi nº 9297, realizado em 1927 pelo jornalista e escritor Reinaldo Ferreira (1897-1935), conhecido por Repórter X, é uma experiência no filme policial ficcionando sobre um caso verídico de homicídio no meio teatral português.
Ainda a edição em DVD de Lisboa, Crónica Anedótica ecoa nos meios cinéfilos – acaba de receber uma menção honrosa de um dos jurados do prestigiado festival italiano Il Cinema Ritrovato – e a Cinemateca Portuguesa junta dois títulos novos à sua linha editorial. O destaque vai para o lançamento em DVD de O Táxi nº 9297, realizado em 1927 pelo jornalista e escritor Reinaldo Ferreira (1897-1935), que ficou conhecido por Repórter X: uma experiência no filme policial ficcionando sobre um caso verídico de homicídio no meio teatral português, agora editada numa cópia restaurada em 2017 a partir do negativo de câmara, integrada na colecção dedicada ao Cinema Mudo português. Ao mesmo tempo, chega às lojas a primeira edição da Cinemateca realizada em parceria com a Academia Portuguesa de Cinema, com Colónia e Vilões, documentário de 1977 sobre a dimensão feudal da colonização da Madeira, assinado por Leonel Brito.
O Táxi nº 9297, à imagem de anteriores lançamentos de cinema mudo da Cinemateca, vem acompanhado por um segundo filme, a curta Rita ou Rito?…, realizada por Ferreira no mesmo ano de 1927 e restaurada na Cinemateca a partir de cópia em nitrato. Ambos os filmes trazem acompanhamento ao piano composto e interpretado pelo pianista Filipe Raposo. O DVD inclui ainda o video-ensaio Os Motivos de Reinaldo, assinado pelo crítico e investigador Ricardo Vieira Lisboa, sobre a curta carreira no cinema de Reinaldo Ferreira – apenas cinco filmes, realizados entre 1924 e 1927. O lançamento de O Táxi nº 9297 tem lugar no próximo dia 12, numa sessão na livraria Linha de Sombra.
Entretanto, Colónia e Vilões é o primeiro título de oito previstos em co-edição entre a Cinemateca Portuguesa e a Academia Portuguesa de Cinema. Este documentário de 1977 sobre o “contrato de colónia” na Madeira - e, mais latamente, sobre a própria história da colonização da ilha ao longo dos séculos - foi o segundo de seis filmes documentais realizados entre 1977 e 1986 por Leonel Brito (n. 1941), sócio fundador da cooperativa Cinequanon a par de António de Macedo, Luís Galvão Teles, José Fonseca e Costa e Luís Filipe Costa. Nas lojas já esta semana, o DVD vê o filme digitalizado a partir das matrizes conservadas na Cinemateca, e inclui como extras entrevistas com Leonel Brito e com o director de fotografia Elso Roque.