Desde o início do ano, quando o seu discurso nos Globos de Ouro pôs a plateia em pé, com emoção, que se pede a candidatura de Oprah Winfrey a presidente dos Estados Unidos, no ano 2020. A apresentadora de televisão já expressou desinteresse em concorrer e agora explica, em entrevista à Vogue, que uma corrida eleitoral a "mataria".
"Nessa estrutura política – de todas as não-verdades, a treta, a porcaria, a mesquinhez, as coisas que acontecem nas costas – sinto que não poderia existir", diz Winfrey. "Não seria capaz de o fazer. Não é um negócio limpo. Matar-me-ia."
Numa entrevista ao programa da CBS 60 Minutes Overtime, em Fevereiro, Oprah explicou que se sentia humilde "pelo facto de as pessoas pensarem que poderia ser uma líder do mundo livre”, mas que não estava no seu ADN. "Se Deus realmente quisesse que eu o fizesse, não deveria dizer-me? Eu não ouvi nada", argumentou ainda.
Não foram apenas tweets e outras mensagens na Internet que lhe suplicaram a considerar uma eventual candidatura, contou ainda: "Tantos homens ricos que me ligaram para me dizer que me apoiariam e angariariam mil milhões de dólares para a minha campanha", revelou então. No entanto, Oprah estava apenas a "fazer um bom discurso" e a "procurar uma maneira de expressar o que está a acontecer neste momento em termos de género, classe e raça”.
O discurso de aceitação do prémio de carreira Cecil B. DeMille acabou por valer-lhe duas ovações. Oprah afirmou que o tempo dos "homens brutalmente poderosos" acabou e que "um novo dia está no horizonte!".
Em entrevista à Vogue, a apresentadora de 64 anos aproveita agora para falar sobre os movimentos #Metoo e Time’s Up, comentando que os tempos que vivemos são menos "sombrios" do que as pessoas pensam. "Não é notável que estejamos a acordar? Durante anos as mulheres suportaram loucura. É isto que está a acontecer às pessoas: estão a permitir-se a si próprias não se tornarem corrompidas, mas tornarem-se histéricas. Temos de encostarmo-nos à felicidade", diz.