Portugueses detêm 14% da dívida do Estado (e são dos que mais investem nela)
Só em Malta é que há mais investimento por parte das famílias no financiamento do Estado. Em Portugal, a taxa superior aos depósitos oferecidos pelos bancos é uma das razões que podem justificar este investimento.
Portugal é um dos países da Europa que mais investem na dívida pública, ainda que nem sempre tenha sido assim: em cinco anos, o valor aplicado por particulares no financiamento do Estado triplicou e está agora na ordem dos 34,5 mil milhões de euros — o correspondente a cerca de 14% da dívida directa do Estado, avança o Diário de Notícias (DN) nesta segunda-feira, com base nos dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Só em Malta é que os particulares têm mais peso no financiamento do Estado, diz o Eurostat.
Há cinco anos, o cenário em Portugal era diferente e as famílias portuguesas detinham apenas 5% da dívida directa do Estado. Em 2016 e 2017, as famílias viriam a assegurar 25% das necessidades do Estado, um apoio importante para Portugal conseguir fazer reembolsos antecipados ao FMI, refere o DN. Agora, o ritmo de investimento tem desacelerado, mas os portugueses continuam a dar um apoio positivo ao financiamento da República. Nos primeiros cinco meses do ano, foram investidos mil milhões de euros em instrumentos de poupança do Estado.
Uma das razões para este investimento é o facto de os Certificados do Tesouro terem taxas acima dos depósitos oferecidos pelos bancos; os Certificados de Aforro, por outro lado, têm perdido investimento. Outra das armas utilizadas pelo Estado para captar a poupança das famílias são as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, que fez com que fossem arrecadados quase sete mil milhões de euros em 2016 e 2017.