Autarcas do Médio Tejo querem aeroporto civil e militar em Tancos
Comunidade intermunicipal defende “valorização do interior” e pede reuniões urgentes ao Presidente da República e ao primeiro-ministro.
As 13 autarquias que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) reclamam o investimento do Estado na reabilitação do aeródromo da Base de Tancos e o seu (re)aproveitamento para fins militares e civis. Os treze municípios desta região do norte do distrito de Santarém e do sul do distrito de Castelo Branco pediram, esta semana, reuniões urgentes ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea, em que pretendem afirmar a necessidade de reinvestir nesta pista e de a rentabilizar como meio de “valorização do interior” e de coesão territorial.
“A abertura de um aeroporto civil-militar em Tancos permitiria alavancar a dinâmica económica de toda região e aproveitaria, também, o potencial turístico dos milhões de passageiros que se dirigem a Fátima”, sublinha a CIMT, numa posição aprovada por unanimidade pelos 13 municípios da região.
“O aeródromo de Tancos é elemento essencial para a coesão do território do Médio Tejo, Beiras e Alto Alentejo”, salienta o documento, lembrando que o Presidente da República defendeu, na semana passada, “uma meta de cinco anos, até 2023, para resolver o problema das desigualdades entre litoral e o interior, sob pena de o país falhar como um todo”.
A CIMT recorda, também, que o Governo no seu programa, “assumiu, entre os seus objectivos prioritários, a afirmação do interior, e das zonas de baixa densidade como um aspecto central do desenvolvimento económico e da coesão territorial, promovendo uma nova abordagem de aproveitamento e valorização dos recursos e das condições próprias do território enquanto factores de desenvolvimento e competitividade”.
Por isso, as 13 câmaras do Médio Tejo consideram que “uma grande oportunidade para valorizar o interior” será o investimento no aeródromo de Tancos. “As infra-estruturas em Tancos estão a perder a sua capacidade e operacionalidade. As suas pistas, a maior com 2440 metros de comprimento, necessitam, urgentemente, de obras de conservação e manutenção”, alertam, preconizando “uma definição política clara e objectiva para esta infra-estrutura aeronáutica essencial para a região e para o interior”.
“Queremos a Força Aérea novamente em Tancos até pela sua centralidade e para uso dos meios da Protecção Civil. Caso não seja a opção para recolocação da Força Aérea em Tancos, que se permita a viabilização de forma clara e inequívoca da utilização civil-militar desta infra-estrutura”, defende a CIMT, justificando esta ideia com um conjunto alargado de fundamentos que incluem a existência de grupos privados interessados na sua exploração, de uma rede de auto-estradas e itinerários principais na região (A13 e A23), de uma estação de caminhos-de-ferro (Almourol-Tancos) e de um nó ferroviário central do país (Entroncamento). A comunidade Intermunicipal realça, também, a existência, nas proximidades, de uma plataforma logística (Riachos-Torres Novas-Entroncamento) e de “um tecido empresarial com penetração no mercado internacional, de que são exemplo a indústria automóvel, os curtumes, os têxteis, a exploração florestal, a madeira, o mobiliário e o papel”.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo é composta pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.