Por que estão os EUA entre os mais perigosos do mundo para as mulheres?

A Fundação Thomson Reuters entrevistou 500 especialistas para determinar quais os países onde as mulheres correm mais risco.

Assédio sexual, assédio
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O assédio e abuso sexual colocou os EUA na lista Issei Kato
Dia Internacional do Yoga, Yoga
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A Índia tem o pior desempenho em três dos seis critérios avaliados LUSA/SANJEEV GUPTA
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As mulheres afegãs são as segundas que mais riscos correm Miguel Manso/Arquivo
Daraa, Golan Heights
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A guerra na Síria ajudou a colocar o país nesta lista Reuters/ALAA AL-FAQIR
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A Somália é um país de risco para as mulheres Reuters/ZOHRA BENSEMRA
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As mulheres têm poucos direitos na Arábia Saudita Reuters/ZOHRA BENSEMRA
Sala de aula, escola, educação
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No Paquistão as meninas têm menos acesso à educação do que os rapazes Reuters/CAREN FIROUZ
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O conflito na República Democrática do Congo põe em risco a vida das meninas e mulheres Reuters/GORAN TOMASEVIC
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Mulheres e crianças iemenitas numa fila de distribuição de alimentos Reuters/Khaled Abdullah
2014 Chibok sequestro, Chibok, Muhammadu Buhari, Abuja, Maiduguri, Boko Haram
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Meninas nigerianas que foram escravizadas e libertadas pelo Boko Haram Reuters/AFOLABI SOTUNDE

Índia, Afeganistão, Síria... Na lista dos dez países mais perigosos para as mulheres estão sobretudo estados em conflito ou onde os direitos das mulheres não são assegurados; mas o ranking definido por 500 especialistas a convite da Fundação Thomson Reuters fecha com os EUA.

Trata-se do único país ocidental na lista, equiparado àqueles que dão as piores condições em termos de direitos e segurança às mulheres. A fundação entrevistou 500 especialistas para determinar em que países as mulheres correm mais risco de vida a partir de critérios como os cuidados de saúde, violência sexual, violência não sexual, práticas culturais, discriminação e tráfico de seres humanos.

Nove dos dez principais países estão na Ásia, no Oriente Médio e em África. A lista abre com a Índia, Afeganistão, Síria; segue-se a Somália, Arábia Saudita, Paquistão, República Democrática do Congo, Iémen e a Nigéria; e termina com os EUA. Este último está na lista sobretudo por causa das acusações de assédio e violação sexual que surgiram em 2017 e deram origem ao movimento #MeToo, refere a fundação.  

Por isso, os EUA estão ao lado da Síria, em terceira posição, no que diz respeito à violência sexual, incluindo a violação, assédio, coerção e à falta de acesso à justiça em casos de violação sexual. O país que fica no topo desta lista é a República Democrática do Congo.

Quanto à violência não sexual, mas que inclui a doméstica, os EUA ficam na sexta posição. O país não aparece nas listas dos dez mais cujos parâmetros observados foram os cuidados de saúde, tráfico humano, discriminação ou perigos associados a tradições culturais.

O topo da lista global, que abrange todos os critérios avaliados, ou seja, o país considerado mais perigoso para as mulheres é a Índia, que tem o pior desempenho em três categorias: o risco de violência e assédio sexual, o perigo associado a práticas culturais tradicionais e a ameaça de se tornar vítima de tráfico humano, escravidão sexual e servidão doméstica. O relatório dá como exemplos dos perigos enfrentados pelas indianas os ataques com ácido, mutilação genital feminina, casamento infantil e o abuso físico.

Não é a primeira vez que esta listagem é feita. A primeira foi em 2011 e alguns destes países – como a Índia, o Afeganistão, a Somália, o Paquistão ou a República Democrática do Congo – são agora repetentes. “Há três anos, os líderes mundiais prometeram eliminar todas as formas de violência e discriminação contra mulheres e meninas até 2030”, recorda a fundação, citada pela Newsweek. “Apesar dessa promessa, estima-se que uma em cada três mulheres sofram de violência física ou sexual durante a sua vida”, informa.

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