Harley-Davidson muda parte da produção para fora dos EUA

Guerra comercial entre os dois lados do Atlântico força fabricante de motas norte-americana a repensar localização da produção que exporta para a União Europeia

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Transferência de parte da produção para fora dos EUA será concluída num período entre nove e 18 meses Reuters/FABIAN BIMMER

O fabricante de motas Harley-Davidson planeia mudar parte da sua produção para fora dos Estados Unidos devido ao aumento de taxas alfandegárias da União Europeia (UE), uma medida de Bruxelas como represália pela subida de taxas por Washington.

A empresa sediada em Milwaukee (estado do Wisconsin) explicou numa apresentação a accionistas que irá passar a fabricar fora dos Estados Unidas da América as motos que vende para a Europa, com o objectivo de evitar taxas alfandegárias, segundo a imprensa norte-americana.

"Aumentar a produção internacional [fora dos EUA] não é a preferência da empresa, mas representa a única opção sustentável para tornar acessíveis as motas para os clientes da UE e manter um negócio viável na Europa", disse a Harley-Davidson na declaração aos accionistas.

A Harley-Davidson anunciou que concluirá a transferência de parte de sua produção num período entre nove e 18 meses.

Na conferência com os accionistas, a administração da empresa informou que, devido às novas taxas, as motas que exporta dos Estados Unidos da América para a Europa teriam um custo extra de 2.220 dólares (cerca de 1.900 euros ao câmbio actual).

Segundo dados da Harley-Davidson, 40 mil pessoas da Europa compararam motas da marca em 2017, tornando o mercado europeu a segunda fonte de receitas da empresa.

As tarifas impostas pela UE sobre vários produtos fabricados nos Estados Unidos, como motas ou uísque, entraram em vigor em 22 de Junho e aumentaram o imposto sobre as motas Harley-Davidson exportadas "de 6% para 31%".

Depois da imposição de tarifas da UE sobre esses produtos, o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou na sexta-feira impor um imposto extraordinário de 20% sobre todos os carros importados da UE para os EUA.

A UE tornou essa sanção efectiva depois de a administração Trump ter decidido, no início de Junho, acabar com a isenção de tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio de UE, México e Canadá, seus maiores parceiros comerciais.