Historiadora Bettany Hughes é a vencedora do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva
Membro da Universidade de Oxford, investigadora especializada na História e a Cultura da Antiguidade e da Idade Média, Bettany Hughes é também responsável por programas de televisão e de rádio, há cerca de 25 anos.
A historiadora britânica Bettany Hughes é a vencedora do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural 2018, instituído pelo Centro Nacional de Cultura (CNC), com a Europa Nostra, informou este sábado a entidade portuguesa.
A escolha da historiadora britânica "tem por objectivo homenagear a personalidade excepcional de Hughes, demonstrada repetidamente na sua maneira de comunicar o passado de forma popular e entusiasmante", e tem em conta a necessidade "vital de construir uma visão da nossa identidade multifacetada", numa era de nacionalismos e populismos, como se lê na declaração do júri, publicada no site do CNC.
"Bettany Hughes conta histórias do passado que atravessaram milénios, mantendo o seu significado nos dias de hoje", lê-se na declaração da presidente do CNC, Maria Calado, feita em nome do júri. "Na sociedade actual, a influência do nacionalismo e do populismo parecem crescer facilmente, tornando-se vital construir uma visão da nossa identidade multifacetada e abrir as portas para a rica herança de que beneficiamos".
O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi instituído em 2013 pelo CNC, em cooperação com a Europa Nostra, organização europeia de defesa do património que o CNC representa em Portugal, e o Clube Português de Imprensa, para contribuições excepcionais para a protecção e divulgação do património cultural e dos ideais europeus.
O prémio conta com o apoio do Ministério da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal. No comunicado sobre a atribuição do prémio, Bettany Hughes reconhece-se "muito emocionada com a decisão do júri".
"Sinto-me verdadeiramente honrada, tanto pela escolha como pela associação ao nome de Helena Vaz da Silva. Este prémio inspira-me a redobrar os meus esforços no sentido de apoiar, celebrar e salvar o património da Europa", disse Bettany Hughes, lê-se na página do CNC.
Membro da Universidade de Oxford, investigadora especializada na História e a Cultura da Antiguidade e da Idade Média, Bettany Hughes é também responsável por programas de televisão e de rádio, há cerca de 25 anos, tendo igualmente chamado a atenção para a posição das mulheres na sociedade, tanto no passado como no presente.
Foi professora em Cambridge, Cornell, Bristol, Maastricht, Utrecht e Manchester, é tutora do Institute of Continuing Education da Universidade de Cambridge e Research Fellow do King's College de Londres, devendo este ano juntar-se ao New College of the Humanities como professora visitante.
O seu primeiro livro, Helena de Tróia: Deusa, Princesa, Prostituta está publicado em Portugal (Alêtheia, 2008).
The Hemlock Cup: Socrates, Athens and the Search for the Good Life (2010) fez parte da lista de bestsellers do jornal The New York Times e finalista dos prémios da associação norte-americana de escritores (Writers Guild Award).
Escreveu e apresentou mais de 50 programas de divulgação, em canais de rádio e televisão, para a BBC, ITV, Channel 4, Discovery, Canal História, National Geographic e para o sistema de televisão pública dos Estados Unidos, PBS.
O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva (1939-2002) recorda a jornalista portuguesa, escritora, activista cultural e política, "e a sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus", como recorda o CNC.
Todos os anos é atribuído anualmente a um cidadão europeu que se tenha "distinguido pela difusão, defesa, e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer através de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes de ficção e programas de rádio ou televisão".
O escritor italiano Claudio Magris foi o primeiro laureado do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva em 2013.
Seguiram-se o escritor turco e Nobel da Literatura Orhan Pamuk, em 2014, o músico catalão Jordi Savall, em 2015, o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, e o ensaísta português Eduardo Lourenço, ex aequo, em 2016, e o cineasta Wim Wenders em 2017.
A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no dia 15 de Novembro 2018 na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.