“Os EUA são um grande país mas Portugal ainda é maior”, diz Marcelo em Boston

Presidente da República deu o pontapé de saída para um mês de ofensiva diplomática lusa nos EUA e prometeu nova visita às comunidades portuguesas em Novembro.

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Portugueses esperaram por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa em Boston LUSA/ANDRÉ KOSTERS

Foi por poucos minutos, mas Marcelo Rebelo de Sousa ainda conseguiu começar a falar em Boston, estado norte-americano do Massachusetts, este domingo, antes do Dia de Portugal terminar em território nacional. “Ainda faltam dez minutos para a meia-noite nos Açores”, assinalou o Presidente da República perante alguns milhares de membros da comunidade portuguesa. "Onde estiver um português é a hora de Portugal", disse.

O chefe de Estado, tal como o primeiro-ministro António Costa, chegou com algum atraso aos EUA para o início de uma ofensiva diplomática inédita de Portugal na América do Norte. Em Boston, Marcelo proferiu um discurso laudatório dirigido à emigração portuguesa, agradecendo o “exemplo, trabalho, dedicação, ligação à terra e às raízes” da comunidade lusa nos EUA. 

“Os EUA são um grande país mas Portugal ainda é maior”, disse Marcelo, pegando nas palavras que Costa proferira minutos antes, ao descrever as comunidades lusas como um “prolongamento” do país fora de fronteiras. A curta intervenção não terminou sem o Presidente da República prometer que regressaria aos EUA em Novembro para visitar locais que ficaram fora da agenda desta deslocação, nomeadamente a Costa Oeste e a cidade de Fall River, ainda no Massachusetts, uma das zonas de maior concentração portuguesa na América.

"Em Novembro, estarei com as comunidades portugueses com as quais não me encontrarei agora", anunciou o Presidente, dizendo saber que algumas comunidades portuguesas nos EUA ficaram tristes por não receberem agora na sua visita. "Desde já prometo que em Novembro visitarei as comunidades que não pude visitar agora em junho. Virei à costa oeste, a Fall River, que ficaram agora muito tristes. Mas virei cá em Novembro", acentuou.

Antes, Costa elogiou a capacidade de integração da comunidade portuguesa na sociedade norte-americana, afirmando que os seus membros mostram que “podem ser bons portugueses sem deixarem de ser excelentes americanos” e que “podem ser bons americanos sem deixarem de ser excelentes portugueses”. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro sublinhou a importância do prolongamento dos “vínculos naturais a Portugal”, apontando para esse efeito para as recentes alterações introduzidas na política de aquisição de nacionalidade, que vieram permitir o acesso ao passaporte português a um maior número de luso-descendentes.

Os discursos em Boston, recebidos com aplausos e um banho de multidão, marcam o arranque do Mês de Portugal nos EUA, que irá ser celebrado em 60 cidades de 12 estados americanos, arrastando vários membros do Governo para alguns dos 135 eventos previstos. Costa ficará nos EUA até 16 de Junho. O Presidente da República regressará mais cedo a Portugal, mas atravessará o Atlântico novamente, antes do final do mês, para um encontro com o homólogo norte-americano, Donald Trump, que ainda não tem data marcada.

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