Rafael Nadal não se cansa de vencer

Foi o 11.º título em Roland Garros e o 17.º no Grand Slam para o espanhol, que continua sem rivais na terra batida.

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Reuters/PASCAL ROSSIGNOL

Para Carlos Moya, que desde o final de 2016 faz parte da equipa técnica de Rafael Nadal e, actualmente, é o seu treinador principal, “a perfeição no ténis não existe, apenas a capacidade de querer sempre aprender mais, de melhorar, de fazer evoluir o jogo”. E esse é, para o campeão de Roland Garros de 1998, o segredo da longevidade e sucesso do compatriota: “Rafa quer sempre abrir os olhos, os ouvidos, para captar à sua volta os conselhos, as informações que possam torná-lo ainda melhor.” É por essa razão que, 13 anos após o seu primeiro título em Roland Garros, Nadal continua sem encontrar um rival. Sete dias depois de celebrar mais um aniversário, o maiorquino conquistou o 11.º título no torneio francês e elevou para 17 o número de troféus do Grand Slam.

“Tenho 32 anos, não posso lutar contra o tempo, mas estou aqui. O ténis é uma parte importante parte da minha vida e não estou preocupado com o futuro”, revelou Nadal, após o feito que nenhum homem antes conseguiu: 11 triunfos no mesmo torneio do Grand Slam – só mesmo uma jogadora o tinha conseguido, Margaret Court (vencedora do Open da Austrália de 1960 a 1966, de 1969 a 1971 e 1973). Gostaria de conquistar 20 Grand Slams como Roger, ou mais, mas não estou obcecado com isso”, frisou.

A final com o pretendente Dominic Thiem, oito anos mais novo, durou 2h40m, mas, na prática, ficou decidida em 20 minutos. O período de tempo durante o qual Thiem, a 4-5, assinou o seu pior jogo de serviço, cedendo o primeiro set, e em que se fixou o 3-0 no segundo set, confirmado por Nadal, após fazer o break no jogo anterior. Ficou aí estabelecida a vantagem de 2-0 em sets e o resto é estatística: em 112 encontros disputados à melhor de cinco sets, o espanhol nunca perdeu depois de vencer o set inaugural.

Thiem, o único tenista a derrotar o espanhol em terra batida nos dois derradeiros anos – e por duas vezes, mas à melhor de três sets –, teve o mérito de nunca baixar os braços. Nadal serviu a 3-1 (0-30) e, a 4-2, teve mesmo de salvar um break-point. Mas soube sempre encontrar solução, fosse com o serviço comprido a dar-lhe possibilidade de avançar no court, fosse com a forte direita, com que assinou a maioria dos 26 winners.

O único momento de apreensão que Nadal viveu no encontro aconteceu no quarto jogo do terceiro set, quando sentiu algo de estranho na mão esquerda. “Perdi o controlo do meu dedo; não foi uma cãibra normal”, explicaria mais tarde. Depois de assistido, a vontade de ganhar transformou-se em urgência e não cederia mais nenhum ponto nos jogos de serviço até obter os primeiros match-points, a 5-2, 40-0. A única nota surpreendente no encontro foi o facto de o tenista espanhol ter precisado de cinco match-points para concluir o encontro, em 6-4, 6-3 e 6-2.

“Quando te vi ganhar aqui pela primeira vez, em 2005, eu tinha 11 anos. Nunca sonhei que alguma vez viria a estar na final”, confidenciou Thiem, de 24 anos, o mais jovem finalista em Roland Garros desde 2010.

Cinquenta anos depois do início da Era Open, quando as provas do Grand Slam passaram a ser abertas igualmente a profissionais e o prize-money era de 100 mil francos (120 mil euros), Nadal levou de Paris um prémio de 2,2 milhões de euros, cabendo a Thiem metade desse valor. Duas grandes fatias de um “bolo” de quase 15 milhões de euros, um aumento de 10% em relação a 2017.

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