Marco Silva é oficialmente o treinador do Everton, contratado até 2021 com a missão de devolver o emblema de Liverpool aos tempos de glória, mais de três décadas depois da última grande conquista na Premier League. Os “patrões” do oitavo classificado em 2017-18, sob o comando de Sam Allardyce, dispensado há duas semanas, puderam, finalmente, anunciar o acordo com o treinador português, alvo dos “toffees” desde Outubro, quando Marco Silva comandava o Watford, que exigiu 12 milhões de euros para libertar o técnico. Um anúncio feito com recurso a um vídeo publicado no site e replicado nas redes sociais do clube inglês.

Marco Silva aproveitou para enfatizar o “entusiasmo”  por “assumir este desafio” num clube histórico, prometendo um futebol capaz de envolver os adeptos: “Quero que sintam orgulho por estarmos comprometidos e a trabalhar duro e quero que se divirtam”, afirmou.

A “apresentação” do treinador português ficou a cargo do novo director para o futebol, o holandês  Marcel Brands (antigo adjunto de Louis Van Gaal, no AZ Alkmaar), ainda que Farhad Moshiri (principal accionista) e o próprio presidente, Bill Kenwright, tenham contribuído para traçar o perfil do novo técnico. O Everton relembrou os troféus conquistados por Marco Silva ao serviço de Sporting (Taça de Portugal, 2014-15) e Olympiacos (campeão grego em 2015-16), bem como o trabalho desenvolvido no Estoril, onde foi campeão da II Liga, para além do desempenho “meritório” em Inglaterra, no Hull City e no Watford. 

Marcel Brands elogiou a mentalidade vencedora e o futebol ofensivo, mostrando agrado pelo envolvimento de Marco Silva em todos os aspectos relativos à estrutura do futebol do clube. Apesar da unanimidade que o português reúne junto das cúpulas, falta ainda provar aos adeptos que Marco Silva é, de facto, o treinador mais indicado para guindar o Everton ao primeiro patamar, junto da elite inglesa. 

O espanhol Roberto Martínez, actual seleccionador da Bélgica, foi o último a manter-se mais de duas épocas em Goodison Park — a léguas do legado de 12 temporadas de David Moyes —, o que obrigará Marco Silva a mudar  drasticamente o registo recente de um clube por época desde que trocou o Estoril pelo Sporting. 

A experiência na Premier League, com 13 vitórias (sete pelo Watford e oito no Hull City, que assumiu após chicotada “patrocinada” pelo Everton de Ronald Koeman), e um futebol de “autor” fizeram de Marco a prioridade de Farhad Moshiri. Apesar da grandeza de Sporting e Olympiacos, os ingleses precisam de mais provas da estaleca do português, que para além do recorde de 17 vitórias consecutivas na Liga grega, mostrou atributos na Champions com a vitória (2-3) imposta ao Arsenal, em 2015.