Bombeiro ferido em Pedrógão tem direito a pensão de invalidez de 267 euros

A vida de Rui Rosinha mudou por completo em Junho: agora, quase um ano depois, tem 85% de incapacidade e os seus dias são passados em tratamentos de saúde.

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Só nos incêndios de 17 de Junho morreram mais de 60 pessoas Adriano Miranda

Rui Rosinha tem 40 anos e foi um dos bombeiros voluntários de Castanheira de Pêra que combateu as chamas dos incêndios de Junho, o que fez com que ficasse com 85% de incapacidade, apesar das 14 operações que já fez. Apesar da sua condição, tem direito a uma pensão de invalidez de apenas 267 euros, avança o Jornal de Notícias (JN) neste domingo, mas o bombeiro prefere não se pronunciar sobre isso nem reviver o momento “doloroso” da noite de 17 de Junho.

A sua mulher, Marina Rodrigues, está de baixa psiquiátrica desde o dia dos incêndios, e acompanha o marido nos tratamentos. “A vida que tinha até 17 de Junho acabou-se. Era fiscal camarário, bombeiro, estava ligado ao clube local e acompanhava os meus filhos no futebol e nas actividades”, conta Rui Rosinha ao Jornal de Notícias. Esteve dois meses e três semanas em coma, passou seis meses internado no hospital, e agora faz uma hora e meia de fisioterapia por dia.

Já perdeu a conta a todos às áreas de tratamento em que é acompanhado: “oftalmologia, consulta da dor, urologia, pneumologia, ortopedia, cirurgia plástica, psiquiatria, psicologia”, enumera. As lesões provocadas pelas chamas são ainda visíveis no seu corpo, e Rosinha ainda tem dores fortes nos pés ou quando mexe o braço esquerdo.

O PÚBLICO confirmou que Rui Rosinha pediu uma simulação da pensão a que teria direito à Segurança Social mas que, face ao valor que lhe foi indicado (e que é uma percentagem do salário que auferia, na ordem dos 700 euros), ainda não fez o pedido de pensão pois pondera tentar trabalhar para ter um rendimento superior.

O PSD dirigiu, no início do mês, um requerimento ao Ministério do Trabalho em que questionava sobre se Rui Rosinha não poderia ter direito a mais nenhum apoio complementar, dadas as circunstâncias violentas em que ficou ferido. O ministro Vieira da Silva ainda não respondeu.

Em Agosto, o PÚBLICO noticiava que Rosinha, gravemente ferido, andou por vários locais, transportado pelo INEM, até chegar por fim ao Hospital da Prelada, no Porto, quase dez horas após o acidente com um camião, onde seguiam três outros bombeiros, na fatídica estrada nacional 236-1.

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