Kim duvida das garantias de segurança norte-americanas, diz Seul

Os líderes das duas Coreias voltaram a encontrar-se para mostrar uma frente unida e reiteraram o forte desejo que a cimeira Kim-Trump se concretize.

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Um mês depois, Kim e Moon voltaram a encontrar-se pessoalmente Reuters/HANDOUT

O compromisso para que se realize a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un mantém-se, garante o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, um dia depois de se ter encontrado com o líder norte-coreano. Mas em Pyongyang não se sabe até que ponto se pode confiar nos EUA.

Depois de dias muito conturbados nas relações entre os EUA e a Coreia do Norte, que puseram em causa o encontro histórico entre Trump e Kim, os esforços diplomáticos para evitar um descarrilamento total do processo negocial multiplicam-se. No sábado, os dois líderes coreanos voltaram a reunir, por iniciativa de Kim, para mostrar ao mundo que a sintonia alcançada nos últimos meses não foi abalada.

Ambos coincidiram na necessidade de que a cimeira marcada para dia 12 em Singapura se concretize. Moon garantiu que o líder norte-coreano mantém “o seu compromisso para a uma desnuclearização total” – condição decisiva para que o diálogo continue. E Kim afirmou, segundo a agência estatal KCNA, que mantém “a sua vontade fixa” para que o encontro com Trump aconteça.

Mas Kim Jong-un manifestou alguma preocupação quanto ao cumprimento pelos EUA de uma das principais reivindicações do regime. “O que permanece incerto para o Presidente Kim Jong-un é saber se pode confiar na promessa dos EUA de acabar com a sua relação hostil e garantir a segurança da Coreia do Norte assim que se der a desnuclearização”, revelou Moon.

As dúvidas manifestadas pelo líder norte-coreano têm eco na crise recente que provocou o aparente cancelamento da cimeira de Singapura. Em causa estiveram as várias declarações de responsáveis norte-americanos que compararam a situação da Coreia do Norte à da Líbia, que também suspendeu o seu programa nuclear a troco do fim das sanções económicas, mas que anos depois viu o regime de Muammar Khadafi derrubado por uma intervenção militar da NATO.

Perante a insistência de Washington em referir a situação líbia, a Coreia do Norte respondeu de forma agressiva, motivando Trump a cancelar o encontro.

Porém, há indícios de que a cimeira poderá mesmo ser realizada dentro da agenda acordada. Trump disse no sábado que “tudo está a decorrer muito bem” e que o timing do encontro com Kim “não mudou”. A Casa Branca revelou que uma equipa de assessores vai viajar para Singapura para preparar a cimeira – a primeira entre líderes dos dois países. Ao mesmo tempo, um grupo de dirigentes norte-americanos, incluindo um ex-embaixador em Seul, esteve em Pyongyang para discutir pormenores relacionados com o encontro de Singapura, segundo o Washington Post.

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