Alberto Machado reúne apoios para avançar para distrital do Porto do PSD
António Tavares ainda está na corrida. Provedor da Misericórdia do Porto tem hoje uma reunião decisiva.
Os apoiantes de Rui Rio consideram que o líder da concelhia do PSD-Porto deveria ser o rosto de uma candidatura à distrital social-democrata, mas reconhecem que “será difícil” a Alberto Machado, que é também presidente da junta de Paranhos, envolver-se agora noutra disputa interna, quando foi eleito há apenas seis meses.
“Alberto Machado era a solução ideal e fazia um bom papel, mas, para que isso acontecesse, o presidente do partido teria de dar um sinal, e nós sabemos que isso não vai acontecer”, afirmou ao PÚBLICO fonte social-democrata, sublinhando que o também deputado municipal “está focadíssimo na concelhia”.
Na corrida para a distrital há três candidatos, mas pode surgir um quarto e nesta quinta-feira o nome de António Tavares voltou a ser colocado em cima da mesa. O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), que no início da semana se colocou de fora da corrida, estará a ser pressionado para reconsiderar a sua decisão. No terreno desde Outubro, António Tavares já tinha garantido o apoio de algumas concelhias e preparava-se para assumir a candidatura. A decisão do presidente da distrital, Bragança Fernandes, esta segunda-feira, de pedir a convocação de eleições, apanhou de surpresa António Tavares.
Já Alberto Santos, o ex-presidente da Câmara de Penafiel que disputa o mesmo espaço eleitoral que o provedor, antecipou-se e anunciou a sua candidatura. Esta semana, os dois reuniram-se, mas a conversa não terá corrido bem e o provedor da SCMP achou que faria mais sentido sair de cena. O PÚBLICO sabe que Tavares, também porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área da Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar, tem agendada para esta sexta-feira uma reunião com apoiantes, para decidir se avança ou se se afasta definitivamente da corrida.
O provedor da SCMP e o ex-presidente da Câmara de Penafiel mostraram que têm pontos de vista distintos no que diz respeito às autárquicas no Porto. Alberto Santos afirma que o seu objectivo é retirar Rui Moreira da Câmara do Porto, já Tavares considera que atacar o autarca independente é um erro e diz que “o PSD tem de dialogar com Rui Moreira”. E não esconde que gostaria que o actual presidente da Câmara do Porto fosse o “candidato do PSD” às próximas eleições locais.
Rui Nunes, o primeiro a anunciar a candidatura à distrital, censura as declarações dos adversários e insiste: “Não há nenhuma alterativa em relação à visão que tenho para o distrito do Porto, nomeadamente no que diz respeito ao futuro do PSD-Porto”. O médico e professor universitário detêm-se nas candidaturas de Alberto Santos (que preside ao Conselho de Jurisdição Distrital) e de Miguel Santos (vice-presidente da distrital) para dizer que “mal estarria o PSD-Porto, se fosse repousar em protagonistas que foram responsáveis pela hecatombe autárquica de 2017”. E precisa: “Estou a falar dos dois putativos candidatos que fazem parte da estrutura distrital existente. Não é credível que alguém que foi co-responsável directo por estes resultados tenha a capacidade de renovar o PSD a ponto de ele ser vitorioso. Ninguém acredita genuinamente nisso e eles não se podem alhear de responsabilidades”, atira Rui Nunes.
As eleições devem realizar-se em finais de Junho ou no início de Julho.