ONU e organizações de defesa dos direitos humanos condenam acção de Israel
Amnistia Internacional fala em possíveis "crimes de guerra" nos confrontos durante os protestos na Faixa de Gaza e que fizeram pelo menos 55 mortos.
António Guterres está “profundamente alarmado” com a violência desta segunda-feira na Faixa de Gaza, disse Farhan Haq, porta-voz do secretário-geral da ONU. “As forças de segurança de Israel têm de aplicar a máxima restrição no uso de munições reais”, diz em comunicado. As autoridades israelitas têm de garantir que “todos os civis, e em particular as crianças, não correm riscos”.
Guterres reiterou ainda que “não há alternativa viável à solução de dois Estados” para resolver o conflito israelo-palestiniano.
Num dia em que os protstos na Faixa de Gaza foram violentamente reprimidos, coincidindo com a abertura da embaixada norte-americana em Jerusalém, pelo menos 55 manifestantes palestinianos foram mortos pelas forças israelitas e quase 3000 pessoas ficaram feridas.
Uma das reacções mais forte surgiu de Zeid Ra’ad al-Hussein, alto-comissário para os Direitos Humanos da ONU, que condenou as “chocantes mortes de dezenas e ferimentos de centenas com o uso de munições reais por Israel”. “O direito à vida deve ser respeitado. Os responsáveis pelas ultrajantes violações dos direitos humanos têm de ser responsabilizados”.
A Amnistia Internacional foi também reagindo ao longo do dia, falando numa “vergonhosa violação das leis internacionais, em alguns casos cometidos pelo que aparentam ser assassínios intencionais, constituindo crimes de guerra”. “Estamos a assistir a uma violação de direitos humanos abominável”. “Este horror tem de acabar agora”, acrescentou a organização.
A organização não-governamental Human Rights Watch falou também num “banho de sangue” provocado por uma “política das autoridades israelitas de disparar independentemente de haver uma ameaça à vida dos manifestantes palestinianos em Gaza”.