Linha entre Chelas e Braço de Prata vai ser reabilitada

Beneficiação de dois quilómetros de via férrea vai custar 3,9 milhões de euros.

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Empreitada inclui a substituição de travessas e carris Paulo Ricca

O troço em pior estado da linha da Cintura vai ser alvo de obras de requalificação no valor de 3,9 milhões de euros. Trata-se de dois quilómetros de vida dupla entre Chelas e Braço de Prata, em Lisboa, onde a Infraestruturas de Portugal vai proceder à substituição integral das velhas travessas de madeira por travessas de betão.

Os carris também serão novos: em vez de barras de aço curtas, que deixam um pequeno espaço entre eles (e que provocam o habitual “dang dang” à passagem dos comboios), serão colocadas barras de aço longas, soldadas, que eliminam esse intervalo e permitem que as rodas circulem sobre um carril contínuo.

Será também beneficiado o sistema de drenagem ao longo destes dois quilómetros. O apeadeiro de Marvila e a estação de Chelas sofrerão, igualmente, alguns melhoramentos.

A parte mais significativa da obra será a rectificação do traçado de via na inserção da concordância de Xabregas, ou seja, na linha que liga directamente Santa Apolónia à linha da Cintura.

A empreitada, no valor de 2,8 milhões de euros, foi atribuída à Neopul SA, completando-se o investimento com mais 1,1 milhões de euros com os custo dos materiais a empregar.

Os trabalhos decorrerão durante 270 dias, mas em período nocturno para mitigar os impactos na circulação ferroviária. Em comunicado, a Infraestruturas de Portugal diz que, “atendendo à inserção urbana do troço a intervencionar, foram tomadas especiais medidas no sentido de minimizar o ruído associado aos trabalhos, nomeadamente através da utilização de equipamentos de menor produção de ruído”.

A linha da Cintura decorre entre Alcântara e Braço de Prata e é uma das principais vias férreas suburbanas porque nela convergem as linhas do Norte, Sintra, Oeste, Cascais e Sul. Nela circulam cerca de 300 comboios por dia.

Este troço de Chelas a Braço da Prata era o mais degradado desta linha e recupera assim o seu desempenho, o qual estava a definhar em virtude da ausência de investimento. Mas não é desta que será alvo de uma verdadeira modernização que inclua a sua quadriplicação para constituir uma amarração à linha do Norte, aumentando a oferta para os comboios vindos de Sintra, de Alcântara e do Sul para a gare do Oriente.

Por exemplo, o serviço da Fertagus, que se desenvolve entre Setúbal e Lisboa, termina em Roma/Areeiro e não prossegue até ao Oriente, estação multimodal onde há ligações para o Norte, Beira Alta e Beira Baixa. Os passageiros vindos da margem Sul são, assim, obrigados a apanhar dois suburbanos (um, da Fertagus, até Roma/Areeiro, e outro, da CP, até ao Oriente) para chegarem aos comboios de longo curso.

Mesmo com a actual via dupla era possível à Fertagus operar até à gare do Oriente – situação que está prevista no seu contrato de concessão -, mas a empresa não dispõe de material circulante. No entanto, a CP possui comboios iguais que estão parados e prestes a degradarem-se por falta de manutenção. 

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