Professora agredida por familiares de aluno
Docente foi transportada para o Hospital de Santo António, com lesões na cabeça, após ter sido agredida por quatro familiares de aluno de oito anos.
Tudo terá acontecido por volta das 17h desta terça-feira dentro da Escola Básica do Lagarteiro, situada no extremo Oriente do concelho do Porto. Quatro familiares de um aluno entraram na escola e agrediram uma professora.
A informação foi avançada pela Agência Lusa. E confirmada ao PÚBLICO pela PSP.
Já poucos adultos estavam naquela escola com pré-escolar e primeiro ciclo. As aulas terminam às 15h30. Alguns alunos já tinham ido para as suas casas. Por ali tinham ficado os que participam nas actividades de enriquecimento curricular.
A professora de educação física terá chamado repetidamente a atenção um aluno de oito anos, que estaria particularmente irrequieto e desobediente naquela tarde. Como ele teimava em não a ouvir, ela ter-lhe-á pedido que ficasse a um canto até compreender o que ela lhe estava a pedir. Terminada aquela actividade, a criança queixou-se à família. O pai e outros familiares terão então agredido a professora ao soco e ao pontapé.
Alguns vizinhos assistiram, incrédulos, à apressada chegada de uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica e de diversos elementos da Escola Segura e da Equipa de Intervenção Rápida da PSP. “Uma professora não pode repreender um aluno?”, questionava, mais tarde, por telefone uma moradora.
Segundo informou a PSP, a professora, de 30 anos, começou por ser assistida no local. Como tinha algumas lesões na cabeça, acabou por ser transportada para o Hospital Geral de Santo António, no centro da cidade.
Não foi esta terça-feira possível falar com o director do Agrupamento de Escolas do Cerco, Manuel António Sousa Oliveira. O presidente da Junta de freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, confirmou o episódio. “É um crime público. Aconteceu dentro da escola. Os agressores foram identificados”, sublinhou. Eram duas pessoas do sexo masculino e duas do sexo feminino.
Campanhã concentra o maior número de bairros sociais da cidade – Cerco, Falcão, Lagarteiro, Pego Negro, Machado Vaz, S. Roque, S. João de Deus, Antas, Contumil, Monte da Bela e Ilhéu. O Lagarteiro foi reabilitado há pouco.
Não é a primeira vez que há agressões a professores na EB 1 do Lagarteiro. Moradores recordam o dia em que familiares de outro aluno terão entrado dentro do edifício da escola, subido ao primeiro andar e agredido uma funcionária.
Em 2015, o bairro deixou de ter projecto Escolhas, um programa destinado a promover a integração de crianças e jovens provenientes de contextos socioeconómicos vulneráveis. Fala-se agora na possibilidade de reforçar a vigilância, no âmbito do programa "Escola Segura".