O dia em que o Festival Eurovisão da Canção começa mesmo
Esta terça-feira é transmitida, a partir do Altice Arena, a primeira semifinal da competição que decorre pela primeira vez em Portugal, com 19 canções a concurso. Segue-se a segunda semifinal na quinta-feira e a final no sábado, em que dez dos apurados irão disputar a vitória com O Jardim de Isaura e Cláudia Pascoal.
A Eurovisão já tomou conta do Parque das Nações, em Lisboa, há mais de uma semana, com restrições no trânsito e um número considerável de seguranças, polícias, voluntários, jornalistas e outros profissionais a tornar complicado encontrar, na área que circunda aquele que um dia foi o Pavilhão Atlântico, alguém sem uma credencial ao pescoço.
A zona vai até para lá do Pavilhão de Portugal, onde, por debaixo da pala de Álvaro Siza, fica a entrada da ampla área de imprensa, e inclui o restaurante La Rúcula, que tem um menu especial para as delegações dos países concorrentes, os media e os fãs acreditados. Mas é esta terça-feira, a partir das 20h, que a competição arranca, com a realização da primeira semifinal do festival.
A apresentar a cerimónia estarão Daniela Ruah, Sílvia Alberto, Filomena Cautela e Catarina Furtado e há 19 países a disputarem um lugar na final que se realizará no próximo sábado. Desse conjunto de concorrentes, dez serão escolhidos por votação que junta os pontos dados pelo júri e pelos habitantes de cada país que actua (Portugal, tal como o Reino Unido e Espanha, terá direito de voto nesta semifinal). Esses dez países irão defrontar, na final de sábado, os vencedores da segunda semifinal, que decorre na quinta-feira, os cinco grandes da Eurovisão (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e o vencedor do ano passado – que, neste caso, é Portugal, representado por O Jardim, de Isaura e Cláudia Pascoal.
Da semifinal desta noite fazem parte três das cinco canções favoritas à vitória. O site Eurovision World, que analisa as probabilidades dos serviços de apostas, mostra a israelita Netta Barzilai e a sua Toy, o hino de emancipação feminina, no topo, seguida de Elina Nechayeva e a sua La Forza, da Estónia, com Eleni Foureira, que vai cantar Fuego pelo Chipre, em quarto lugar na lista de favoritos.
Além destes nomes, em concurso nesta semifinal estão também a azeri Aisel, o islandês Ari Ólafsson, o albanês Eugent Bushpepa, a belga Sennek, a lituana Ieva Zasimauskaite, o bielorrusso Alekseev, os macedónios Eye Cue, a croata Franka, o austríaco César Sampson, a grega Yianna Terzi, a finlandesa Saara Alto, o arménio radicado na Rússia Sevak Khanagyan, os suíços Zibbz, o irlandês Ryan O’Shaughnessy, o checo Mikolas Josef, que caiu durante os ensaios a fazer um salto mortal que em princípio será repetido nesta cerimónia, e por fim o quinteto búlgaro Equinox.
Aos milhares de jornalistas acreditados vindos de todo o mundo, e a quem não é permitido entrar no recinto com, entre outros, animais, álcool, drogas, martelos, bolas de golfe, fita adesiva, very-lights, escadotes, armas de fogo, algemas ou “qualquer material que possa ter uma conotação com opiniões políticas ou religiosas”, foi distribuído um saco de pano oficial do festival. Este contém, entre outras coisas, os discos Desfado, de Ana Moura, Mundo, de Mariza, e um EP de oito temas dos Beatbombers – todos artistas que vão actuar na final –, um azulejo em faiança do século XIX, guias de Lisboa, um cartão para uma viagem turística de autocarro e um carregador para 15 dispositivos electrónicos em simultâneo com uma ilustração da artista Cristiana Couceiro. A reconhecer a ligação entre o festival e a cultura queer, no campo das informações úteis da aplicação de telemóvel para a imprensa acreditada existe uma lista de espaços LGBT-friendly em Lisboa.
Paralelamente ao festival continua até 12 de Maio o Eurovision Village, o espaço de entrada livre no Terreiro do Paço, com a transmissão em directo em ecrãs gigantes das semifinais e da final, bem como com actuações dos concorrentes ao vivo (esta terça-feira cantam os representantes da Austrália, Rússia, Áustria e Roménia). Também decorrem outros concertos. Na quarta-feira, sob a batuta do maestro Pedro Amaral, a Orquestra Metropolitana de Lisboa actua com o Coro Voces Caelestes, enquanto na sexta-feira tocam os Orelha Negra e a rapper Capicua. Antes da final, no sábado, é a vez de Symphony, a cantora da Suazilândia que venceu este ano a primeira edição do AfriMusic, o festival da canção africano, e Ruslana, a cantora ucraniana que ganhou a Eurovisão em 2004, actuarem no palco do Eurovision Village.