Luz Saúde lucra menos 2% e distribui 630 mil euros pelos trabalhadores
Dona do Hospital da Luz controlada pela Fidelidade, que este mês aprovou a saída de bolsa, marcou assembleia-geral de accionistas para 25 de Maio. É proposto reter dividendos e distribuir 630 mil euros por trabalhadores, incluindo administração
O lucro da Luz Saúde recuou 2% em 2017, para 17 milhões de euros, em comparação com o ano anterior, foi hoje comunicado ao mercado.
Conforme indica o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no período de referência, a dona do hospital da Luz registou 53,7 milhões de euros de EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), menos 3,1% do que em igual período do ano anterior.
A receita, por sua vez, subiu 7,3%, em comparação com 2016, para 483,8 milhões de euros.
Por segmento, nos cuidados de saúde privados a Luz Saúde obteve rendimentos operacionais de 382,9 milhões de euros e no segmento público 97,3 milhões de euros.
O crescimento obtido no sector de cuidados de saúde privados foi "impulsionado, principalmente, pela aquisição das duas unidades na Madeira, pela aquisição do British Hospital em Lisboa, pelo processo de 'turnaround' no Hospital da Luz - Guimarães (adquirido em 2016) e pelo crescimento orgânico nas unidades existentes, ainda que condicionado por restrições de capacidade, sobretudo nas unidades da região de Lisboa", explicou o grupo.
Por sua vez, o segmento centro corporativo registou uma receita de 17,3 milhões de euros em 2017 e as outras actividades representaram 15,1 milhões de euros.
Face ao resultado obtido, a Luz Saúde, controlada pela Fosun e pela Fidelidade, apresenta a proposta – a analisar em assembleia-geral de accionistas marcada para 25 de Maio - a distribuição de lucros a colaboradores e administradores executivos no montante máximo de 630 mil euros.
“Mantendo-se em curso um ambicioso projecto de expansão do Grupo Luz Saúde, entendeu o conselho de administração propor a não distribuição de dividendos em 2018, podendo desse modo afectar-se os fundos disponíveis à concretização da estratégia projectada”, lê-se na página 23 da convocatória.
“Mais se propõe”, acrescenta ainda o mesmo documento proposto aos accionistas, “que se delibere atribuir a título de distribuição de lucros a colaboradores e administradores executivos da sociedade, um valor máximo de 630.000,00 euros (montante que devido às regras contabilísticas utilizadas, já se encontra reflectido no resultado líquido individual do exercício findo em 31 de Dezembro de 2017), cabendo à comissão de remunerações a definição do valor a atribuir aos administradores executivos nos termos das suas competências estatutárias”.
A Luz Saúde adianta ainda que, em 2018, irá manter "o enfoque em alavancar a elevada procura que se verifica pelos seus serviços no segmento privado de cuidados de saúde [...], através da melhoria contínua da utilização da capacidade instalada".
"Em simultâneo, a empresa prosseguirá os planos de expansão da sua capacidade instalada, nomeadamente na duplicação da capacidade instalada do Hospital da Luz de Lisboa e no desenvolvimento de um novo hospital em Vila Real", adiantou.
Em 13 de Abril, a Luz Saúde informou o mercado que deliberou em assembleia-geral a saída de bolsa da empresa.
"A Luz Saúde informa que, na assembleia geral extraordinária hoje [13 de abril] realizada, foi deliberada pelos senhores accionistas a perda de qualidade da sociedade aberta", lê-se no comunicado enviado à CMVM na altura.
O Grupo Luz Saúde presta os seus serviços através de 29 unidades - onde se incluem 12 hospitais privados, um hospital do SNS explorado pela Luz Saúde em regime de Parceira Público-Privada (PPP), 14 clínicas privadas a operar em regime de ambulatório e duas residências sénior - e está presente nas regiões Norte, Centro, Centro-Sul de Portugal Continental e na Madeira, segundo a informação disponível na sua página na internet.