Próxima paragem, Coimbra
Depois de Mora e Viana do Castelo, os prémios que problematizam e reconhecem as melhores reportagens e ensaios documentais do último ano chegam ao centro do país.
E com esta já lá vão três paragens para o Prémio Estação Imagem. Depois de Mora e de Viana do Castelo, é a vez de Coimbra acolher um dos mais importantes encontros de fotografia documental da Península Ibérica. O programa arranca esta terça-feira, com um leque alargado de actividades e dez exposições espalhadas por vários espaços da cidade, que incluem uma retrospectiva do trabalho ligado à natureza de Michael Nichols, reconhecido e veterano repórter da National Geographic, apontamentos sobre as lutas políticas em África de Marco Longari, fotógrafo da Agence France-Presse, o quotidiano da geração que nasceu após o desastre de Tchernobil, na cidade ucraniana de Slavutich, pela lente do freelancer Niels Ackermann, ou um retrato da comunidade cristã do Líbano, da autoria de Patrick Baz, que decidiu olhar para as suas próprias raízes depois de muitos anos como repórter de guerra.
Para Luís Vasconcelos, da organização, a chegada dos Prémios a Coimbra assume particular relevância tendo em conta “a forte ligação da cidade à fotografia”, por causa dos Encontros que ali se realizaram durante quase duas décadas. Esse encontro regular deixou marcas e criou naquela região “um público específico” que, na opinião do presidente da associação cultural Estação Imagem, ficou “órfão” de iniciativas do género.
Para a selecção dos melhores trabalhos enviados à nona edição do Prémio Estação Imagem, foram convidados o espanhol Santiago Lyon, presidente do júri do World Press Photo 2013 e antigo director de fotografia da agência de notícias norte-americana Associated Press, e os fotojornalistas Sara Naomi Lewkowicz, norte-americana com dois World Press Photo (WPP) no currículo, Marco Longari, responsável de fotografia da AFP para o continente africano, e Tanya Habjouqa, fotógrafa jordana vencedora de um WPP.
A cerimónia de anúncio dos vencedores está marcada para o dia 21 de Abril, no Convento de São Francisco. Para além dos prémios nas várias categorias a concurso, será anunciada a primeira bolsa de criação ligada à região de Coimbra. Em conversa com o P2, Luís Vasconcelos avança que houve este ano mais candidatos à bolsa de criação do que em anos anteriores (ao contrário de Mora, com o Alentejo como pano de fundo, a bolsa de criação ligada a Viana do Castelo, com o Minho e a Galiza como tema genérico, mantém-se).
A exposição com os trabalhos vencedores será inaugurada no dia 2 de Junho, na Galeria Pedro Olayo (Filho), no Convento São Francisco, onde poderá ser visitada até 10 de Julho.
Entre as várias actividades durante a semana de arranque, destaque ainda para o ciclo de projecções no auditório do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (entre os dias 17 e 21 de Abril), onde serão mostradas reportagens das principais agências noticiosas do mundo e trabalhos de fotojornalistas como Francesco Zizola ou Stanley Greene, o influente repórter que morreu no ano passado. Durante o mesmo período, o espaço Blackbox, no Convento São Francisco, receberá documentários vindos da programação do DocLisboa e do catálogo da Midas Filmes.