Colaborador de testemunha ouvida no caso Marielle foi encontrado morto

Alexandre Pereira, 37 anos, era colaborador do vereador carioca Marcello Siciliano, que tinha sido chamado a depor sobre o caso Marielle na sexta-feira.

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Reuters/RICARDO MORAES

Alexandre Pereira — colaborador de Marcello Siciliano, vereador carioca que tinha sido chamado a testemunhar na semana passada sobre o homicídio de Marielle Franco — foi encontrado morto este domingo, dentro de um carro, em Taquara, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ainda não se conhecem as motivações do crime. Alexandre Pereira, 37 anos, estava a ser investigado por suspeita de envolvimento com as milícias de Taquara.

De acordo com as testemunhas no local, ouvidas pelo jornal O Globo, o crime aconteceu pelas 20h45 de domingo. Antes de alvejar Alexandre Pereira, o atacante terá dito “Chega para lá, que a gente tem que calar a boca dele”. Depois, disparou sobre a vítima.

Alexandre Pereira trabalhava como líder comunitário para Marcello Siciliano: identificava as necessidades de quem vivia na zona oeste do Rio e passava a informação ao vereador. Nas suas funções, costumava usar um colete azul numerado, com o nome de Siciliano, que o identificava como colaborador.

A polícia brasileira estava a investigá-lo por uma possível ligação às milícias de Taquara. Ao contrário de Siciliano, Alexandre Pereira não foi chamado a depor no âmbito do assassínio de Marielle Franco. 

Numa nota citada pela imprensa brasileira, Siciliano lamentou a morte: "Foi com grande pesar que recebi a notícia de falecimento do nosso colaborador Carlos Alexandre Pereira. Durante o tempo em que esteve connosco, fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário. Me solidarizo com a dor dos familiares e amigos. Podem contar comigo para ajudar no que for preciso".

Marcello Siciliano foi chamado a depor na sexta-feira passada, no âmbito da investigação sobre a morte de Marielle Franco, com quem trabalhava na Câmara dos Vereadores do Rio, e do motorista do carro onde seguia, Anderson Gomes. Ao todo, esteve três horas a dar o seu testemunho. Quando saiu da delegacia da Polícia Federal, Siciliano não quis falar sobre o seu depoimento. “A Marielle era uma pessoa da qual eu gostava muito. Sinto muito a perda dela e torço para que esse caso seja esclarecido”, disse, citado por O Globo.

Uma semana depois da morte de Marielle Franco, um vereador suplente do Rio de Janeiro também foi morto a tiro enquanto estava dentro de um carro. O crime está a ser investigado.

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