Quatro obras de arte desapareceram do Parlamento
As obras de arte encontravam-se expostas em escritórios no Palácio Bourbon, em Paris, sede oficial da Assembleia Nacional.
As autoridades francesas anunciaram que desapareceram quatro obras de arte da Assembleia Nacional Francesa, em Paris, tendo sido aberta uma investigação policial. O desaparecimento foi detectado durante a realização de um inventário anual feito pela agência responsável por monitorizar as obras de arte e mobília presentes em edifícios públicos. No entanto, só nesta quarta-feira é que a informação veio a público, segundo o jornal francês Le Figaro.
Entre as obras desaparecidas estão duas pinturas dos artistas franceses Hervé Télémaque e Richard Texier, uma gravura de um artista desconhecido e uma peça do escultor grego Takis, que pertence ao Centro Nacional de Arte Contemporânea de França. Não foi especificado em que escritórios concretamente as peças estavam expostas nem os títulos das mesmas.
Fonte do Parlamento confirmou ao jornal Le Canard Enchainé que estas obras estavam desaparecidas e acrescentou que se encontravam "penduradas nas paredes dos escritórios" na câmara baixa do Parlamento antes de serem roubadas, cita o jornal britânico Guardian. No entanto, ainda não se conhece o paradeiro das obras de arte sendo que as "investigações realizadas até à data não permitiram localizá-las", disse um porta-voz da Assembleia citado pelo jornal britânico. Foram levadas a cabo investigações internas para averiguar se as peças poderiam ter sido movidas para outros locais mas revelaram-se inconclusivas, de acordo com o Le Figaro. Após a denúncia legal, os investigadores da Brigada de Repressão do Banditismo (BRB) de Paris assumiram o caso.
Aproximadamente 430 mil obras de arte, parte do património nacional, estão em exposição em edifícios públicos – como ministérios, embaixadas, câmaras municipais e outras instalações administrativas – em França e no exterior, segundo dados do Le Figaro. Em 2016, o jornal francês Libération fez uma publicação onde anunciava o desaparecimento de cerca de 23.000 peças do património nacional, entre 1929 e 2000. A maioria são pequenos objectos como pinturas, bibelots e gravuras. No entanto, desapareceram também algumas peças de maior dimensão sem que ninguém desse por isso, incluindo: uma cadeira que terá sido roubada do edifício da Assembleia Nacional Francesa; cinco tapeçarias (entre dois e seis metros de largura) da embaixada francesa em Conacri, capital da República da Guiné; e – curiosamente – uma cama do século XIX que desvaneceu do Palácio de Versalhes.
O artigo publicado no jornal Libération acusa as autoridades de não estarem atentas e não monitorizarem devidamente os tesouros nacionais, depois de uma secretária – que tinha pertencido a Luís XVI – ter desaparecido do edifício do ministério da Educação e ter sido encontrada numa loja de antiguidades sem que as autoridades o tivessem reportado.
Texto editado por Maria Paula Barreiros