Líderes europeus condenam acções da Turquia na disputa pelos recursos de Chipre
Atenas e Nicósia acusaram Ancara de violar a lei internacional devido à exploração de gás e petróleo no Mediterrâneo.
Os líderes europeus vão condenar aquilo que consideram ser as acções ilegais da Turquia numa disputa sobre as reservas de gás no Leste do Mar Mediterrâneo com a Grécia e Chipre, ambos Estados-membros da União Europeia. A informação será divulgada nesta quinta-feira num comunicado conjunto, avança a Reuters.
Atenas e Nicósia acusaram Ancara de violar a lei internacional devido à exploração de gás e petróleo no Mediterrâneo.
Um dessas acusações diz respeito a um incidente ocorrido no dia 9 de Fevereiro, quando um navio de perfuração da empresa estatal italiana Eni terá sido impedido de alcançar a zona de exploração por navios militares turcos que se encontravam na zona.
Na cimeira europeia que decorre neste momento, os líderes europeus “pedem urgentemente à Turquia que termine estas acções e que respeite os direitos soberanos de Chipre de explorar os seus recursos naturais”, diz o esboço de um comunicado, a que a Reuters teve acesso, e que deverá ser divulgado brevemente.
A Turquia argumenta que os representantes cipriotas-turcos têm o direito de exploração dos recursos naturais presentes em algumas áreas da zona marítima de Chipre e que qualquer trabalho de exploração deverá ser realizado por Ancara e pelo Governo cipriota-grego de Nicósia.
Na terça-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, garantiu que “muito brevemente” um novo barco de perfuração turco iniciará os seus trabalhos de exploração nesta zona.
Chipre e a Turquia estão com as relações diplomáticas cortadas desde a invasão turca em 1974, provocada por um golpe de Estado organizado pela comunidade grega. Durante décadas, várias tentativas de reconciliação falharam.