Tesla aprova plano de pagamentos a Elon Musk: ou 2600 milhões ou nada
O plano aprovado pelos accionistas contempla os próximos dez anos. O seu director executivo só terá direito ao prémio final se a empresa atingir um valor de mercado de 650 mil milhões de dólares.
À partida, parece um plano tão ambicioso e tão difícil de atingir como os que que Elon Musk vem apresentando nos últimos anos. A verdade, porém, é que o homem que sonha levar a Humanidade a expandir-se para outros planetas vem dando passos para mostrar que o que parecem sonhos irrealizáveis não o serão necessariamente. Veremos então onde estará daqui a dez anos. Porquê? Porque esta quarta-feira os accionistas da Tesla aprovaram um plano de pagamentos a Elon Musk, director executivo da empresa, que pode atingir os 2600 milhões de dólares. Contudo, Musk só terá direito a recebê-lo se cumprir uma série de objectivos pré-determinados. Em 2028, se a Tesla registar um valor de mercado de 650 mil milhões de dólares, Musk ganha tudo. Se a empresa valer um dólar a menos, Musk não ganha nada. Neste momento, a Tesla vale 55 mil milhões de dólares.
“Nada disto é pensado no sentido de criação de riqueza dinástica. A razão pela qual é importante para mim prende-se com o facto de haver algumas coisas bastante ambiciosas que pretendo fazer”, declarava Elon Musk ao New York Times em Janeiro, quando foi conhecido o plano de pagamento agora aprovado pelos accionistas.
“Quero contribuir o mais possível para que a Humanidade se torne numa espécie multiplanetária”, concretizou o homem também ligado à Space X, empresa ligada à exploração espacial que, em Fevereiro, testou com sucesso o Falcon Heavy, um foguetão que poderá revolucionar as viagens espaciais tripuladas – fundar uma colónia humana Marte é o objectivo.
Elon Musk recebe neste momento um salário mensal da Tesla, que perfaz 37 mil dólares anuais, mas apenas porque a isso obriga a lei americana. Assegura ao New York Times que nunca levantou os cheques emitidos em seu nome: os salários estão a acumular "numa conta bancária qualquer da Tesla", disse.
O plano aprovado pelos accionistas da marca especializada no fabrico de automóveis eléctricos, e que trabalha igualmente no desenvolvimento de carros com condução autónoma, define uma série de metas a atingir ao longo da próxima década, relacionados com as vendas, a rentabilidade e o valor das acções da companhia.
O pagamento será feito em acções (que o acordo agora celebrado estipula que só poderão ser vendidas cinco anos depois) e as metas são divididas por fases – todos os anos, o valor bolsista da Tesla tem de aumentar cerca de 50 mil milhões de dólares. O prémio total, porém, só chegará se, em 2028, a Tesla valer os tais, por agora impensáveis, 650 mil milhões de dólares. É certo, contudo, que em 2012, quando a empresa valia 3200 milhões de dólares, também se julgava impossível que, passados seis anos, tivesse multiplicado por 17 o seu valor de mercado.