Estudantes de Coimbra prometem endurecer posição caso não haja mudança de políticas

Nesta quarta-feira houve protestos na rua. Associação Académica de Coimbra vai enviar conjunto de exigências ao ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Querem um debate sobre propinas, mas não só.

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PAULO CUNHA/LUSA
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Descida das propinas, revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) e a regulação das taxas e emolumentos. O leque de reivindicações dos estudantes de Coimbra é vasto e, caso estes pontos não sejam atendidos pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, a contestação vai subir de tom. A garantia é do presidente da direcção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), Alexandre Amado, que falava aos jornalistas no final de uma manifestação que decorreu nesta quarta-feira.

Alexandre Amado adiantou que, entre hoje e amanhã, seguirá um conjunto de reivindicações para o gabinete do ministro. “Queremos, no mínimo, que se comece a fazer um debate sobre propinas em Portugal e que a lei de base de financiamento seja alterada para inverter” a tendência de aumento dos últimos anos. Os estudantes querem também que o RJIES seja alvo de revisão, para que “volte a trazer democracia e condições de serviço publico às universidades”.

No pacote das políticas contestadas estão ainda as taxas e emolumentos. O dirigente quer que “se ponha termo à desregulação total” que vai “assaltando os estudantes em milhões de euros”.

“Aguardamos uma resposta do Governo”, referiu. E se a resposta não chegar? “Segue-se o avanço do processo contestatário. Estes movimentos, quando começam, não acabam com o mesmo número de estudantes, acabam com milhares."

"Desprezo pelo ensino superior"

Na manifestação que juntou largas centenas, começou no Largo D. Dinis e acabou nos Jardins da AAC, os estudantes exibiram vários cartazes e entoaram palavras de ordem relacionadas com as reivindicações avançadas por Amado, mas também a exigir mais acção social. A encabeçar o protesto estava uma faixa onde se pode ler “Basta. O futuro do país não pode esperar."

De acordo com o estudante, “a inversão do ciclo político”, com a actual solução governativa, indiciava também um novo ciclo nas políticas para o ensino superior. “Infelizmente não é isso que vemos. Continuamos sem solução." Alexandre Amado lamenta ainda o “total desprezo pelo ensino superior enquanto sector estratégico para o país ao longo dos últimos anos”.

O deputado do Bloco de Esquerda, Luís Monteiro, que marcou presença no protesto, considera que as propinas são “um dos maiores factores de instabilidade e de abandono no ensino superior português”. Luís Monteiro, que integra a comissão parlamentar de Educação e Ciência estabelece uma relação entre “propinas altas e baixa acção social escolar”, o que acaba por transmitir em “altas” taxas de abandono. “Para um Governo que se apresentou como alternativa”, no ensino superior “está a deixar muito a desejar”, reforça.

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