Há 53 casos confirmados de sarampo. E sete novos suspeitos em Gaia
Entre os novos casos suspeitos no hospital de Gaia há uma criança. Já na manhã desta sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde não afastara a possibilidade de mais pessoas serem diagnosticadas com a doença. Uma das situações em análise diz respeito a bebé de 12 meses.
O surto de sarampo da região norte já infectou 53 adultos, sendo que apenas um caso se refere a pessoa fora dessa área geográfica – uma mulher de Pombal. Há 41 casos a aguardar confirmação laboratorial e cinco pessoas continuam internadas. Este é o mais recente balanço da Direcção-Geral da Saúde (DGS), feito nesta segunda-feira pelas 19h.
Durante a tarde o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho confirmou a existência de mais sete casos suspeitos da doença, que esperam confirmação laboratorial, mas já tiveram alta. Tratam-se de três jovens, estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, dois adultos e uma criança que, desde sábado, deram entrada já com sintomas de sarampo, afirmou fonte oficial do hospital ao PÚBLICO. Entretanto foi confirmada a sétima suspeita, não se conhecendo a idade.
Actualizando o ponto da situação feito na manhã desta segunda-feira pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a DGS informa que dos 145 casos reportados desde o início do surto, 51 não se confirmaram.
A DGS acrescenta que está em curso a investigação epidemiológica detalhada do surto, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos.
Doentes internados estão estáveis
No balanço feito durante a manhã, Fernando Araújo referiu que um dos casos suspeitos é o de um bebé de 12 meses, que “está estável, com prognóstico muito favorável”, pelo que não ficou internado. O governante revelou também que todas as pessoas que se encontram internadas – três no Centro Hospitalar do Porto, uma no Centro Hospitalar São João e uma quinta na Unidade Local de Saúde de Matosinhos – “estão estáveis com prognóstico favorável”. Esta situação clínica mantinha-se, de acordo com a actualização da DGS.
Acompanhado pela directora-geral da Saúde, Graça Freitas, o secretário de Estado admite que mais pessoas possam vir a ser diagnosticadas, mas garantiu que “estão a ser feitos todos os esforços pela saúde pública para identificar os contactos destes casos e limitar a potencial disseminação”.
Fora da área do Porto, o único doente com diagnóstico confirmado é "uma mulher de Pombal, que teve contacto com um doente francês que se pensa ser um dos casos iniciais que adquiriram a infecção fora de Portugal”, esclareceu.
Surto "está controlado"
Fernando Araújo assegurou ainda que “todo o esforço que está a ser feito de saúde pública e por todos os hospitais está a ser muito relevante” para controlar o sarampo. Comparado com outros surtos no país ou fora de Portugal, regista-se “claramente que o sarampo atingiu uma população com um índice muito elevado de vacinação (…) e que isso contribuiu para a redução dessa provável disseminação por outras áreas do país”.
Segundo o secretário de Estado, o “surto está a evoluir de acordo com o que estava previsto”, o que o leva a dizer “com um grau de confiança que está controlado". Mas, salvaguardou, dado que "o período de incubação é de 10/12 dias", é natural que mais pessoas venham a ser diagnosticadas.
E, acrescentou, para sossegar a população: “Os profissionais de saúde pública são extremamente competentes nesta área e [o facto] de termos dos melhores resultados de vacinação e de controlo destes surtos e epidemias a nível a nível europeu e mundial leva-nos a ter confiança que este surto está controlado e limitado", sublinhou.
Fernando Araújo garantiu que a saúde pública “está totalmente preparada” para dar resposta a uma procura de vacinação. “Temos resposta à vacinação, quer nos centros de saúde, quer nos hospitais e essa é uma nota importante a reter”, disse, assumindo que “não tem existido nenhum constrangimento à vacinação quer dos cidadãos quer dos profissionais de saúde, em particular”.
Questionado sobre o atraso de vacinas nos centros de saúde, Fernando Araújo rejeitou essas críticas, afirmando: “A indicação que tenho é que todos os utentes que têm procurado os centros de saúde e os profissionais que, de uma forma muito activa, nos últimos dias foram sendo vacinados, têm tido uma resposta em tempo útil. Não temos nenhuma reclamação."