Olivier Faure será o próximo líder do PS francês
Socialistas chegam a acordo sobre o novo primeiro secretário ainda antes do congresso. Encontrar novas ideias é o próximo passo.
Olivier Faure é o próximo dirigente dos socialistas franceses. Desconhecido do grande público, mas actual líder do muito diminuído grupo parlamentar do PS, a sua moção recolheu 48,56% do voto dos militantes. Sthépane Le Foll, ex-ministro e próximo do ex-Presidente François Hollande, foi o segundo classificado e por isso conquistou o direito de disputar o lugar no congresso de 7 e 8 de Abril, mas desistiu.
Le Foll era o candidato mais mediático e também o que mais anticorpos gerava – a passagem do PS pelo poder foi um processo profundamente destruidor para o partido. O ex-ministro da Agricultura e porta-voz do Governo de Manuel Valls – que deixou o PS – considerou não conseguiria ultrapassar os 26,10% que obteve na votação dos militantes. “O resultado é claro”, disse ao desistir a favor de Faure.
Evitou-se o que podia ser o pior dos cenários no PS francês, com várias listas a disputarem a direcção num partido que sofreu uma enorme debandada de militantes e líderes, depois de umas eleições desastrosas em 2017 que o deixaram reduzido a 30 deputados na Assembleia Nacional (em 577), afastando a maior parte da geração de 30-40 anos. Ssinal de uma tentativa de reforma, o grupo parlamentar liderado por Faure mudou de nome: chama-se grupo Nova Esquerda, em vez de Socialista.
Aos 49 anos, Olivier Faure pretende encarnar esse desejo de renovação dos socialistas, embora tenha já uma longa carreira no PS, ao qual aderiu aos 16 anos. Aos 23 anos, tornou-se secretário-geral dos jovens rocardianos, sucedendo a Manuel Valls, conta o Le Monde. Mas reuniu um amplo leque de apoios, desde o ex-primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault até à ex-líder do partido, Martin Aubry, e próximos do ex-ministro da Economia Arnaud Montebourg.
Bem precisará desses apoios para refundar um PS que está à deriva, em busca de ideias capazes de entusiasmar. Benoît Hamon, o candidato presidencial que gerou algum entusiasmo mas não teve mais que 6,3% na primeira volta das eleições de 2017 deixou entretanto o partido. Juntou-se a Yanis Varoufakis para lançar um movimento transnacional para se candidatar às eleições europeias de 2019.