Primeiro-ministro demite-se após decisão da justiça de Ljubljana
Miro Cerar demitiu-se depois de conhecida a decisão do Supremo Tribunal de anular o referendo sobre um projecto de construção de ferrovia, com um custo total de mil milhões de euros.
O primeiro-ministro da Eslovénia, Miro Cerar, anunciou esta quarta-feira a sua demissão, depois de o Supremo Tribunal ter anulado o referendo realizado no ano passado sobre um importante projecto ferroviário e ter mandado repetir a votação. Miro Cerar disse que enviou a sua carta de demissão ao parlamento e que na quinta-feira vai notificar formalmente o Presidente.
A decisão significa a antecipação em algumas semanas das eleições legislativas eslovenas, que deveriam ocorrer normalmente no início de Junho.
Depois de se demitir, Cerar elogiou o desempenho do seu Governo, fruto de uma coligação de centro-esquerda. "Durante o meu mandato, acabou a crise económica. A Eslovénia tem um crescimento económico estável, o terceiro mais forte na União Europeia", especificou, acrescentando: "Temos a taxa de desemprego mais baixa desde 2009". No entanto, refere que a pressão sentida dentro da coligação influiu na sua escolha: "O projecto [de ferrovia] sofreu um duro golpe da parte daqueles que querem parar o desenvolvimento positivo da Eslovénia", disse. "Não quero fazer parte dessas histórias".
O Supremo Tribunal esloveno decidiu ao início de quarta-feira que o apoio do Governo ao projecto durante a campanha do referendo foi enviesado e pode ter interferido com o resultado da votação. O referendo, feito em Setembro, aprovou o plano governamental de construir 27 quilómetros de ferrovia, a ligar o porto de Kopper, no Mar Adriático, com a plataforma multimodal de transportes em Divaca, nas proximidades da fronteira com a Itália.
A data para o novo referendo ainda não foi fixada.