Nuno Melo vai ser o cabeça de lista do CDS às eleições europeias

O eurodeputado fez questão de mandar “um grande abraço ao doutor Pedro Passos Coelho”, o que provocou uma grande ovação no congresso.

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Assunção Cristas e Nuno Melo juntos no Congresso do CDS Adriano Miranda

Nuno Melo, o único eurodeputado do CDS, será o cabeça de lista dos centristas nas eleições europeias de 2019, anunciou Assunção Cristas. “Queria dizer-vos em primeira mão que proporei aos outros órgãos do partido que seja, não apenas o nosso eurodeputado, mas também o nosso cabeça de lista às próximas eleições europeias”, declarou a presidente do partido aos congressistas.

Antes do anúncio feito pela líder do partido, o presidente do Conselho Nacional do CDS, Telmo Correia, elogiou a prestação de Nuno Melo em Bruxelas ao longo dos vários mandatos.

Mal Assunção Cristas anunciou o cabeça de lista às europeias, Nuno Melo subiu à tribuna para discursar, fazendo um violento discurso, disparando contra o Governo e a geringonça. Mas as suas primeiras palavras foram para o Bloco de Esquerda e para o PCP por terem estado envolvidos no 11 de Março. “Nós não somos o Bloco de Esquerda da direita”, começou por dizer o eurodeputado, afirmando que o CDS tem memória, numa alusão ao 11 de Março, responsabilizando assim o PCP e o Bloco de Esquerda por aquilo que tentaram fazer há 43 anos.

O eurodeputado sublinhou perante os congressistas que o adversário do CDS não é PSD e repetiu essa ideia várias vezes. Depois fez questão de mandar “um grande abraço ao doutor Pedro Passos Coelho”, que – declarou – “connosco esteve no Governo, num dos mais difíceis momentos da história de Portugal”. Os congressistas responderam com uma grande ovação. Aludiu também ao novo líder dos sociais-democratas, Rui Rio, para dizer que o CDS não está a disputar o espaço político do PSD. “Nós estamos aqui para crescer e os votos não têm dono”, disse Nuno Melo, revelando que o seu partido se quer assumir como uma alternativa para Portugal.

Nuno Melo fez um dos mais longos e aplaudidos discursos do Congresso, com imensas críticas à esquerda, designadamente ao Bloco, com quem, afirmou, que só seria possível fazer pactos com o “belzebu” e não de “regime”.

Um dos momentos mais altos da sua intervenção, que levantou o Congresso aconteceu quando o eurodeputado recordou uma recente publicação no Twitter de Joana Mortágua em que a deputada dizia “gostar” de não ver o Cristo-rei a caminho de Almada, acompanhado por uma fotografia que mostrava a ponte em dia de nevoeiro. “Queria ao BE deixar toda a minha caridade cristã”, respondeu, com ironia, o eurodeputado. E de novo, um ataque aos bloquistas: “Há quem defenda uma aproximação ao PS. Parece que está na moda. Mas nós não somos o BE da direita.”

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