Há mais um magnata francês a anunciar a criação de uma fundação dedicada à arte. Guillaume Houzé, de 36 anos, herdeiro do grupo das Galeries Lafayette, é o mais recente nome a aumentar a lista de milionários franceses que estão a investir o seu património em colecções artísticas. A inauguração está marcada para este sábado, no número nove da rua de Plâtre, em Paris.
Guillaume Houzé segue os passos de Bernard Arnault, de 61 anos, actual presidente e director executivo da LVMH, a maior empresa de artigos de luxo do mundo, que lançou a Fundação Luis Vuitton. O homem mais rico de França e o quarto mais rico do mundo, de acordo com a revista Forbes, abriu as portas do museu Fundação Luis Vuitton em 2014, uma obra que exigiu mais aço do que a construção da Torre Eiffel. Mais adiantado está François Pinault — sete lugares abaixo de Arnault na lista de homens mais ricos de França —, está a preparar-se para inaugurar no centro de Paris uma colecção de arte contemporânea. O empresário de 81 anos é dono de marcas como a Converse e a Samsonite.
A fundação de Guillaume Houzé nascerá num edifício industrial, que outrora funcionou parcialmente como uma escola só para raparigas. A liderar o projecto está o arquitecto holandês Rem Koolhaas. A fundação, orçamentada em 21 milhões de euros, incluirá uma torre de 18 metros feita de cimento, metal, vidro e com andares ajustáveis a diferentes pisos da torre, que subirão ou descerão, aumentando ou diminuindo o tamanho de cada galeria, com 49 possíveis configurações.
Citado pelo jornal britânico Guardian, Houzé reconhece que a cidade já tem um número considerável de instituições e fundações. No entanto, o empresário argumenta que este não será apenas mais um espaço para colocar a colecção de arte da família, mas sim um “espaço único” para incentivar a criação artística.
Parte do edifício terá uma área dedicada a artistas convidados — não necessariamente conhecidos — aos quais irá ser dado tempo, espaço e ferramentas para realizarem workshops com recurso à mais recente tecnologia. Os trabalhos serão avaliados por curadores de arte.
A ideia terá surgido em 2012, quando a Fundação Galeries Lafayette questionou como poderia ser mais útil para os artistas, contou Guillaume Houzé ao jornal britânico. O empresário rejeita que o projecto se trate de uma estratégia de publicidade para a empresa.
“Temos um projecto de carácter único e inovador para os artistas. A ideia aqui é disponibilizar os meios para os artistas, para que possam produzir algo novo e que depois o apresentem aqui, mas não apenas aqui”, explicou.