Associação do Bolhão pede respostas a Rui Moreira
Bolha de Água diz que representa "todos os comerciantes" do mercado e quer ser parceira da câmara na gestão do Bolhão renovado
A Associação do Comércio Tradicional Bolha de Água, que representa comerciantes do Mercado do Bolhão, quer que a Câmara do Porto esclareça, rapidamente, os ocupantes e inquilinos do local quanto a uma série de questões. Numa carta dirigida ao presidente da autarquia, Rui Moreira, os responsáveis da associação dizem que “a falta de definição com o mínimo rigor do calendário das obras e da sua repercussão na actividade dos comerciantes do Mercado do Bolhão está a ser insuportável e dramática”.
No documento, a Bolha de Água pede ao presidente da câmara que preste “informação oficial” sobre quatro grandes temas: a data prevista para o encerramento dos estabelecimentos comerciais no interior e exterior do mercado; a data prevista prevista para o pagamento das indemnizações acordadas com os que vão cessar a actividade e para o pagamento das compensações com aqueles que vão continuar; e a data expectável do início e do fim das obras. “No orçamento de 2018 só foram aprovados seis milhões de euros [para as obras], quando as mesmas estão orçamentadas em cerca de 27 milhões”, escrevem os comerciantes, dando este exemplo como um dos focos de incerteza para os comerciantes.
“Os que pretendem continuar a sua actividade não sabem como a reorganizar já no futuro próximo. E os que cessam os contratos não sabem quando podem dispor da indemnização acordada para reorganizar a sua vida”, lê-se na missiva.
Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria da Câmara do Porto diz que esta desconhece a carta, mas garante que “os comerciantes estão devidamente informados do processo” em curso no Bolhão e que tanto o arranque das obras como a transferência dos vendedores para o Mercado Temporário, no centro comercial La Vie, estão a “aguardar o visto do Tribunal de Contas”.
Na carta dirigida a Rui Moreira, com data da passada terça-feira, os responsáveis da Bolha de Água dizem representar “todos os comerciantes do Mercado do Bolhão” e defendem que, depois das obras, estes devem participar “na organização e gestão do mercado renovado”, disponibilizando-se para ser “parceiro” da Câmara do Porto nesse processo.