Arquitectura
Uma adega atravessada pela A23, revestida por cortiça
O nome da marca — Adega 23 — carrega o número da auto-estrada que parte o terreno a meio — A23 —, em Sarnadas de Ródão, Castelo Branco. Dos 20 hectares de propriedade, 11,5 são ocupados pela vinha e, a Norte da via de acesso, um pavilhão e uma casa das máquinas "pontuavam o terreno nas suas cotas mais elevadas". Aos arquitectos do atelier Rua foi pedida uma tipologia de construção que acompanhasse o "projecto vitivinícola de excelência" que a marca pretende desenvolver, através de uma "relação visual privilegiada com os milhares de utentes que todos os dias percorrem a A23". A explicação está na memória descritiva do projecto, acompanhado pelas imagens de Nuno Almendra que compõem esta fotogaleria.
O edifício que aqui vemos é revestido por painéis de cortiça — aproveitando as suas "excelentes características térmicas e acústicas" — e por uma segunda pele metálica de cor dourada, uma espécie de "cinta". Engloba várias funções: zonas de produção e de carácter mais técnico e outras que respondem ao programa social, com um espaço que funciona simultaneamente como recepção, galeria de arte e biblioteca.
As janelas rasgadas das áreas sociais, reservadas para aqueles que visitam a adega, deixam entrar a luz e o verde das vinhas, cuja primeira colheita — Adega 23 2017 — deverá entrar no mercado já no próximo mês de Abril.