Facebook proíbe anúncios a criptomoedas
Sugestões como "Use a sua reforma para comprar bitcoins!" estão na origem do problema.
O Facebook proibiu todo o tipo de publicidade sobre criptomoedas na rede social, porque os vê “frequentemente associados a promoções desleais ou enganosas”.
A informação foi avançada esta terça-feira na actualização do conteúdo proibido no site: “Há muitas empresas que estão a fazer publicidade sobre opções binárias, ICO e criptomoedas que não estão a operar com boa-fé”, explica o director de produtos do Facebook, Rob Leathern, em comunicado.
O problema terá sido a proliferação de anúncios com promessas falsas na rede social: “use a sua reforma para comprar bitcoin!”, "Novo ICO! Compre Agora!” são alguns exemplos.
A interdição estende-se a outras plataformas do Facebook, como o Instagram, e inclui campanhas de financiamento através do lançamento de novas moedas digitais – um fenómeno conhecido pela sigla ICO (inglês para “oferta inicial de moeda). Trata-se de um conceito recente em que pequenas empresas criam uma nova moeda digital que representa uma parte do capital da empresa. Em vez de acções, os investidores recebem “moedas” virtuais, normalmente à margem de qualquer regulação. Em 2017, este tipo de operações foram proibidas na China e na Coreia do Sul.
Embora o Facebook diga que quer que as pessoas “continuem a aprender e a descobrir” sobre estes serviços e produtos, não querem que as pessoas comecem a ter medo de “cair em burlas” no site.
A atracção de enriquecer com criptomoedas tem levado pessoas a ser enganadas até por paródias sobre a popularidade do fenómeno. A ponzicoin era uma criptomoeda que prometia ser “o primeiro esquema ponzi legal” (uma referência satírica a um tipo de operação fraudulenta de investimento, tipo esquema piramidal, popularizada pelo criminoso financeiro Charles Ponzi na década de 1920).
O site da ponzicoin tem críticas e piadas sobre o sector das criptomoedas. “Isto é uma burla? Sim, tal como 99% das ICO, mas é mais transparente”, lê-se na secção de perguntas e resposta. A divisa existia mesmo e o criador conseguiu mais de 250 mil dólares em apenas oito horas, antes de proibir mais compras e encerrar o site porque “era apenas uma piada”.