As mulheres não voltam a enfeitar as grelhas de partida — deixou de ser “adequado”

As grid girls, uma “prática de longa data”, deixarão de estar presentes nos paddocks das corridas de Fórmula 1 já a partir do início desta temporada, que se inicia em Março.

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“Não acreditamos que esta prática seja adequada ou relevante para a Fórmula 1", justificou o director-comercial LUSA/SRDJAN SUKI

A Fórmula 1 anunciou nesta quarta-feira que deixará de ter grid girls – raparigas jovens e atraentes, vestidas de igual, que estão junto dos pilotos no início da corrida, exibindo bandeiras ou cartazes com o nome e o número do piloto. “Ainda que a prática de usar grid girls tenha sido um marco dos Grande Prémio de Fórmula 1 durante décadas, sentimos que esta tradição não está de acordo com os valores da marca e está em discordância com as normas da sociedade actual”, explicou o director comercial da Fórmula 1 (F1), Sean Bratches, em comunicado.

“Não acreditamos que esta prática seja adequada ou relevante para a Fórmula 1 e para os seus fãs por todo o mundo, novos e velhos”, acrescentou.

Num comunicado emitido esta quarta-feira, a organização de automobilismo disse que iria acabar com a “prática de longa data” já no início das competições de 2018, incluindo as corridas da série Grande Prémio – que começam a 25 de Março, em Melbourne, na Austrália. A medida será aplicada não só aos eventos principais, mas a todos os secundários associados à F1.

A organização já tinha anunciado no ano passado que estava a rever a medida, gerando controvérsia não só entre alguns adeptos do desporto, mas também de pilotos como o belga Max Verstappen ou o alemão Nico Hulkenberg, que se mostraram a favor da continuidade das grid girls.

Mas a decisão foi aclamada por outros: “Obrigada à F1 pela decisão de deixar de usar grid girls. É mais um desporto a tomar uma escolha clara daquilo que defendem”, escreveu a Women’s Sport Trust no Twitter — a associação britânica tinha também aplaudido a decisão da Corporação Profissional de Dardos, tomada na semana passada, de ter deixado de usar walk-on girls (que tinham funções similares às das grid girls, mas em competições de dardos). 

“Ao longo do último ano olhámos para várias áreas que sentimos que deveriam ser melhoradas para estarem ao nível daquela que é a nossa visão deste grande desporto”, disse o director comercial da Fórmula 1, Sean Bratches. 

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