Espanha responde na mesma moeda e expulsa embaixador da Venezuela

Caracas acusa Madrid de impulsionar sanções europeias e de obedecer a Donald Trump.

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Maduro num encontro com mulheres no seu palácio de Caracas Reuters
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A embaixada de Espanha em Caracas fica hoje sem o seu principal diplomata Andres Martinez Casares/Reuters

O Conselho de Ministros do Governo de Mariano Rajoy decidiu nesta sexta-feira considerar persona non grata o até agora embaixador da Venezuela em Madrid, Mario Isea, “em estrita reciprocidade” com a decisão anunciada na quinta-feira pelo executivo de Nicólas Maduro, que expulsou o embaixador espanhol, Jesús Silva Fernández.

“Espanha é o país que mais contribuiu, contribui e vai continuar a contribuir para o diálogo e a negociação entre todos os venezuelanos”, disse ao El País Silva Fernández, pouco depois de saber da decisão adoptada em Madrid e enquanto preparava o seu regresso a Espanha. “Desde que cheguei, em Abril, começaram a retomar-se os contactos na embaixada e sempre trabalhámos para aproximar todas as partes e promover uma negociação efectiva” entre o Governo e a oposição, afirmou o diplomata, lamentando a decisão de Caracas, que o acusou de “ingerência”.

Para o espanhol, a sua expulsão é um “tratamento totalmente injustificado, um retrocesso e um golpe que prejudica as negociações entre as partes e onde o Governo de Espanha e a embaixada na Venezuela tentaram ser uma das chaves de ajuda para todos”.

A declaração de um embaixador como persona non grata supõe a expulsão automática do país – neste caso, deu-se a cada um dos diplomatas 72 horas para cumprir a ordem. Considerada muito grave, esta é uma medida excepcional e raríssima.

No comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros de Maduro, Jorge Arreaza, que chegou a seguir ao anúncio de que as presidenciais venezuelanas se vão antecipar e terão de realizar-se até 30 de Abril, criticam-se as declarações do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, sobre sanções a aplicar pela União Europeia à Venezuela. Arreaza acusa Rajoy de estar a “receber instruções” do Presidente dos EUA, Donald Trump, e recusa “a intromissão de potências imperialistas”.

Caracas culpa Espanha de se juntar a outros países europeus para impulsionar as sanções que a UE impôs segunda-feira a sete altos funcionários do Governo venezuelano, incluindo o ministro do Interior, Nëstor Reverol; o ex-presidente do Parlamento, Disosdado Cabello; e a presidente da Junta Eleitoral, Tibisay Lucena, acusando-os de “graves violações de direitos humanos” e “menosprezar a democracia e o Estado de direito”.

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