Halep e Wozniacki decidem título inédito nas carreiras
Marin Cilic já está na final do Open da Austrália, na qual enfrentará o vencedor do encontro entre Federer e Hyeon Chung.
Num Open da Austrália repleto de surpresas e com muitas caras novas a despontar, o torneio feminino vai ter as duas finalistas mais previsíveis: Simona Halep, líder do ranking, e Caroline Wozniacki, segunda na hierarquia mundial. Mas dentro da normalidade haverá algo de único, pois ambas as tenistas procuram o seu primeiro título do Grand Slam — uma situação que não acontecia na Austrália desde 1980. Quem vencer, sairá de Melbourne no primeiro lugar do ranking.
Para a história fica já a épica meia-final entre Halep e Angelique Kerber (16.ª no ranking), decidida num terceiro set emocionante. “Estou a tremer. Foi muito emocional e estou contente por ter resistido. Depois de ter torcido o tornozelo na semana passada, decidi que iria lutar em todos os pontos neste torneio”, resumiu a romena, logo após vencer a alemã, por 6-3, 4-6 e 9-7.
O início do encontro não deixou transparecer o que viria a seguir. Halep entrou muito agressiva, sem deixar a adversária respirar e, ao fim de 13 minutos, liderava por 5-0. Vieram então os primeiros sinais de nervos, com a romena a cometer erros e a ganhar apenas um ponto nos três jogos seguintes. Kerber reduziu para 4-5, mas não estava definitivamente a servir bem e sofreu um quarto break.
A alemã, que tal como Halep ainda não tinha sido derrotada este ano, reagiu no segundo set, e, a 3-4, anulou dois break-points, tomando um ligeiro ascendente no encontro, traduzido no fecho da partida e num break a abrir o set decisivo.
Mas Halep reagiu de imediato e voltou a mostrar-se mais determinada, chegando a servir a 5-3. Foi a vez de a campeã de 2016 mostrar a sua fibra, reduzindo com um amortie, e recuperar o break, após salvar dois match-points e concluir (mais) uma tremenda troca de bolas. A romena, porém, reencontrou a agressividade desejada (50 winners no total) e fez jus ao seu estatuto, anulando dois match-points a 5-6. E, a 8-7, pressionou com a direita para ganhar mais um match-point. Mas seria só na ocasião seguinte, após 2h20m, que acabaria com a resistência de Kerber.
Para Halep, esta será a terceira final do Grand Slam, após duas finais perdidas em Paris, em 2014 e no ano passado. Em situação idêntica vai estar Caroline Wozniacki. A dinamarquesa também já esteve em duas finais de majors, ambas no Open dos EUA, em 2009 e 2014. Dez anos e quatro meses após a sua estreia nos grandes palcos, Wozniacki tem a seu favor a maior experiência e o facto de ter gastado menos energias na meia-final, em que terminou com o belo percurso de Elise Mertens (37.ª), derrotando a belga, por 6-3, 7-6 (7/2), em 1h37m.
Wonzniacki, que salvou dois match-points na segunda ronda, só viu a sua superioridade contestada quando serviu para fechar o encontro a 5-4, altura em que as recordações da meia-final de 2011 – em que desperdiçou um match-point diante da futura campeã, Li Na – a assaltaram. Duas duplas-faltas ajudaram Mertens a voltar à discussão. Após ganhar oito pontos consecutivos, a belga de 22 anos serviu a 6-5, mas não aproveitou dois set-points. Mais agressiva do que em épocas anteriores (25 winners) em que era considerada uma “passa-bolas”, Wozniacki recompôs-se depressa e dominou o tie-break.
“Sempre acreditei em mim. Houve um período difícil, em que estive lesionada, mas mal passei essa fase, sempre soube que, se me mantivesse saudável e trabalhasse muito, o meu ténis seria suficientemente bom”, frisou a dinamarquesa de 27 anos.
O torneio masculino tem já um finalista, depois de Marin Cilic (6.º) fazer uso da sua maior experiência nesta fase dos majors e derrotar Kyle Edmund (49.º), por 6-2, 7-6 (7/4) e 6-2. O croata de 29 anos voltou a servir a alto nível: cedeu somente 22 pontos nos 15 jogos de serviço, anulou os dois break-points que enfrentou e somou 32 winners (11 ases) para se qualificar para a sua terceira final do Grand Slam, após o Open dos EUA de 2014 — onde conquistou o seu único título do Grand Slam — e o torneio de Wimbledon do ano passado, onde perdeu com Roger Federer.
Na manhã de sexta-feira, Federer e Hyeon Chung discutem o outro lugar na final de domingo.