Sporting continua a pensar no pleno

Tal como no campeonato, o “clássico” terminou sem golos no tempo regulamentar. Patrício e Casillas brilharam, Bryan Ruiz marcou o penálti decisivo para levar os “leões” a uma desforra com o V. Setúbal.

Fotogaleria
LUSA/JOSE COELHO
Fotogaleria
LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
LUSA/HUGO DELGADO

Foi como aconteceu no jogo do campeonato. Jogaram-se 90 e poucos minutos e ficou tudo a zeros. Mas só um podia seguir em frente. Foi o Sporting a qualificar-se em Braga para a final da Taça da Liga do próximo sábado, eliminando nos penáltis o FC Porto, depois de um 0-0 no tempo regulamentar. Será a terceira vez que os “leões” vão à final da competição, na qual irão reencontrar o Vitória de Setúbal, adversário com o qual perderam a final da primeira edição. Para os portistas, que estiveram mais vezes perto de marcar, ainda não será desta que se estreiam a ganhar a competição. Sérgio Conceição, por seu lado, volta a perder com o Sporting num desempate de penáltis (4-3) – foi o que aconteceu, quando era treinador do Sp. Braga, numa final da Taça de Portugal.

Já ninguém tem coragem para dizer que a Taça da Liga não interessa, especialmente se pode ser um palco para marcar uma posição, um momento de afirmação para o que resta da temporada, quase tão importante como ganhar a final do próximo sábado. Mais que qualquer outro, Jorge Jesus nunca iria desprezar uma competição que já ganhou por cinco vezes e lançou a sua primeira unidade, incluindo um Gelson Martins condicionado (como o decorrer do jogo viria a provar). Sérgio Conceição, ainda à procura do seu primeiro título como treinador, meteu menos carne no assador, abdicando de alguns habituais titulares (José Sá, Corona e Aboubakar) e dando a titularidade a Casillas, Sérgio Oliveira e Soares.

Tendo como referência o jogo do campeonato em Outubro passado, o Sporting apresentou-se mais bem preparado para a luta e o FC Porto pareceu mais encolhido. Os “leões” foram mesmo os primeiros a chegar à área adversária e pareceram ter alguma razão para protestar num lance que envolve Danilo Pereira e Bas Dost aos 5’ – o internacional português parece fazer falta sobre o holandês, mas o árbitro mandou seguir, sem recorrer ao VAR. Pouco depois, Danilo lesiona-se sozinho e sai de campo, dando o lugar a Óliver Torres, passando Herrera para o lugar mais recuado do meio-campo.

A primeira tentativa do FC Porto foi um remate sem grande nexo de Sérgio Oliveira (a primeira de várias tentativas sem sucesso) aos 15’ e, aos 17’, o Sporting criou verdadeiro perigo, num lance que começou com um cruzamento de Fábio Coentrão que foi parar a Bruno Fernandes. O remate parecia bem direccionado para se transformar no primeiro golo do jogo, mas Alex Telles fez o corte.

Com o decorrer do encontro, o FC Porto foi sendo mais igual a si próprio e, mesmo sem conseguir encontrar Brahimi (bem anulado por Piccini), começou a ganhar bolas no meio-campo e a lançar ataques rápidos. Num deles, aos 30’, Sérgio Oliveira não aproveitou a companhia no ataque e decidiu-se (mal) por um remate de longe. Aos 36’, Brahimi viu a desmarcação de Sérgio Oliveira, o médio deu o toque para a frente e Tiquinho Soares avançou para a baliza para fazer o golo. Toda a gente festejou, incluindo Sérgio Conceição, mas o VAR entrou em acção e deixou o marcador a zeros.

Antes do intervalo, o Sporting também sofreu a sua contrariedade. Gelson Martins saiu lesionado aos 43’ e Jesus escolheu Battaglia para o seu lugar, redistribuindo as posições - Bruno Fernandes mais à direita, Rúben Ribeiro mais ao centro e o argentino mais recuado. O Sporting ganhava algum músculo defensivo no meio-campo, mas perdia o seu maior produtor de desequilíbrios, numa altura em que já estava a chegar menos à área de Casillas.

A segunda parte começou como terminou a primeira, com mais FC Porto, que não estranhou a presença de Óliver. Desta vez foi o Sporting a parecer mais encolhido, mas a mostrar predicados defensivos. O jogo foi mais intenso, com mais faltas e os cartões amarelos foram aparecendo com maior frequência. Ao maior domínio portista, o Sporting respondeu com a sua melhor oportunidade de golo, aos 64’. Canto curto, bola para Coentrão e directa para a área, onde Sebastian Coates cabeceou ao poste. Casillas só mexeu a cabeça e ficou com a bola nas mãos.

No jogo de bancos, Conceição lançou Aboubakar e deixou o seu ataque mais completo, arriscando ainda com o estreante Waris para o último assalto, enquanto Jesus lançou, de uma vez, dois ecos de um passado recente, Bryan Ruiz e o regressado Fredy Montero. Mas foi o FC Porto a aproximar-se do golo por três vezes. Aos 74’, Aboubakar aproveitou um passe disparatado de Mathieu para alvejar a baliza – Patrício, adiantado, conseguiu o desvio. Aos 87’, foi o camaronês a fazer o cruzamento para o estreante Waris cabecear ao lado. Em cima dos 90, foi Marega a rematar ao lado, depois de um grande passe de Óliver.

Noventa e poucos minutos depois, estava tudo como tinha começado. E, como é regra na Taça da Liga, avançou-se para os penáltis. Sérgio Conceição “escondeu-se” no balneário, Jorge Jesus ficou sentado no banco. Nas duas primeiras séries, todos marcaram, Telles e Marcano pelos “dragões”, Dost e Bruno Fernandes pelos “leões”. Herrera, o capitão portista, permitiu a defesa de Patrício, e Mathieu deixou o Sporting mais perto, mas Waris empatou a 3-3 e Casillas defendeu o remate de Coates. Aboubakar e William trocaram falhanços e depois foi Brahimi a atirar ao poste. Para o pontapé decisivo, avançou Bryan Ruiz, que há não muito tempo estava afastado da equipa. Com toda a calma do mundo, o ex-proscrito bateu para o fundo da rede e deixou o Sporting na luta em todos os campos.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários