Assinala-se, esta segunda-feira, o Dia do Intérprete de Língua Gestual Portuguesa. A 22 de Janeiro de 1991 é registada a AILGP - Associação de Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa. Um grupo de intérpretes, maior parte CODA (Children of Deaf Adults), decidiu criar esta associação, que anos mais tarde desapareceu. Em Outubro de 2007, mais propriamente no dia 26, é fundada a ATILGP — Associação de Tradutores e Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa. Passados quatro anos, a 5 de Julho, é fundada a ANAPI-LG — Associação Nacional e Profissional da Interpretação-Língua Gestual. Esta última associação é fundada precisamente 12 anos depois de a Lei que define o acesso ao exercício da profissão do intérprete ter sido publicada em Diário da República.
É uma jovem profissão — a sua consagração em Diário da República festejou 18 anos em 2017. É uma lei onde a conjugação dos verbos no futuro se destaca. Mesmo passados estes anos, aguarda-se para que a conjugação passe a ser feita no presente. A Lei nº 89/99 de 5 de Julho precisa de se adequar a uma nova época, precisa de se efectivar, precisa de se concretizar.
Ser intérprete é estabelecer a comunicação entre dois mundos. Dois mundos diferentes, mas que estão ao mesmo nível. É dar voz às mãos e mãos à voz. É ser arte, justiça, emprego, saúde. É ser comunicação.
Ser intérprete educativo é voltar à escola. Voltar a "aprender" equações, forças, células, pronomes, e tantas outras matérias. É ser uma espécie de livro "googlizado" onde vamos buscar a informação que necessitamos para passar a mensagem.
A presença de um intérprete é tão necessária para uma pessoa surda como para uma pessoa ouvinte. Recentemente, o PAN, com base em articulação anterior e constante com a ANAPI-LG e a Comissão para a Defesa da Língua Gestual Portuguesa, lançou uma petição online a solicitar a presença de intérpretes no Serviço Nacional de Saúde. Pensa que poderias ser a pessoa que está a necessitar deste serviço.