Parlamento quer que Governo monitorize e reduza o atropelamento de animais

Infra-estruturas de Portugal admite que em 2016 terão sido atropelados pelo menos 2400 animais selvagens e domésticos nas vias que monitoriza.

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Martin Henrik

Os deputados aprovaram esta sexta-feira três recomendações ao Governo para que crie um programa de monitorização e medidas de redução dos atropelamentos de animais na rede rodoviária. Os projectos de resolução do PEV, PAN e BE tiveram o apoio dos socialistas e comunistas, mas o PSD e o CDS preferiram a abstenção - o PSD até chegou a votar contra o do PAN.

Enquanto o PEV e o Bloco recomendam a criação de um programa de monitorização e de minimização de atropelamentos da fauna selvagem, o PAN vai um pouco mais longe e quer um “estudo do impacto do atropelamento de animais no ecossistema”, pedindo também medidas preventivas de acordo com os resultados desse estudo.

No debate, os deputados José Luís Ferreira (PEV) e André Silva (PAN) manifestaram preocupação pela multiplicação de situações em que em algumas estradas nacionais são atropelados animais selvagens, com sérios riscos igualmente para os condutores. Entre outros exemplos, José Luís Ferreira apontou casos graves ocorridos com frequência na zona de Samora Correia, na margem sul do Rio Tejo.

Já o deputado do PAN referiu que a época considerada crítica para as aves decorre entre o fim da Primavera e o Verão. "O Outono é a estação que regista um maior número de mortalidade para os animais carnívoros, porque é a época do acasalamento e da caça. O amanhecer e o anoitecer são também considerados períodos críticos, pois é nessas horas que os animais procuram alimento", salientou André Silva.

O centrista Álvaro Castelo-Branco criticou o facto de os projectos de resolução "não espelharem a dupla vertente dos animais e dos condutores" e "nunca transparecer qualquer preocupação com os condutores que embatem nos animais". Por isso, o CDS absteve-se. "O caminho é o reforço da fiscalização e vigilância das vias, sobretudo auto-estradas e áreas protegidas, assim como a sensibilização de populações e condutores."

De acordo com dados da Infra-estruturas de Portugal, em 2016 terão sido atropelados pelo menos 2400 animais selvagens e domésticos nas estradas portuguesas, o que representa uma redução em um terço relativamente ao ano anterior. Esta entidade disse à Lusa que monitoriza a mortalidade dos animais selvagens em mais de 13 mil quilómetros de vias desde 2010 e que já tomou medidas que levaram à diminuição da mortalidade de animais.