Bombeiros profissionais defendem medidas urgentes para evitar incêndios urbanos
Bombeiros querem voltar a ter mais poder de discalização.
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) considerou nesta terça-feira ser urgente criar medidas para evitar incêndios urbanos, defendendo a atribuição de poderes aos bombeiros para fiscalizarem os edifícios.
"A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais tem assistido com preocupação ao número de incêndios urbanos ocorridos nos últimos dias, com consequências catastróficas. O incêndio na colectividade de Vila Nova da Rainha, em Tondela, tornou pública a necessidade urgente de fiscalizar estes espaços no que diz respeito ao licenciamento da sua actividade", refere a ANBP, em comunicado.
A associação que representa os bombeiros profissionais considera que as vistorias feitas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil devem passar a ser obrigatórias, "deixando de ser suficiente o simples parecer de um técnico para dar luz verde ao processo de licenciamento".
A ANBP defende também como "muito importante" a atribuição aos bombeiros de "mais poder de fiscalização e acção".
"Numa altura em que se afinam procedimentos e aprova legislação para que as tragédias como as que assistimos este Verão não se assistam mais, em matérias de incêndios florestais, é urgente antecipar medidas para prevenir que outras calamidades se verifiquem, mas em matéria de incêndios urbanos", sustenta a associação.
Para a ANBP, é necessário criar legislação ou cumprir e fiscalizar o cumprimento da já existente no que diz respeito a edifícios antigos e em novas construções, além de ser também urgente impor regras no que diz respeito ao tipo de actividades que podem ser desenvolvidas nos edifícios e as medidas de segurança que acarretam.
"A situação que ocorreu em Tondela poderá vir a repetir-se em outras localidades onde existem colectividades como esta, ou em espaços comerciais com material inflamável e que, alegadamente, não cumprem as regras de segurança", alerta ainda a ANBP.
O incêndio que deflagrou no sábado à noite durante um jantar numa associação recreativa de Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela, fez pelo menos oito mortos e 38 feridos, entre graves e ligeiros.