Equador deu nacionalidade a Assange em Dezembro
Londres rejeita pedido do Equador para conceder estatuto diplomático a Assange.
O Equador, que deu a nacionalidade Julian Assange, no dia 12 de Dezembro, disse estar à procura de uma saída “digna” para o caso do fundador do WikiLeaks, que está há cinco anos na embaixada do país em Londres para evitar a Justiça dos EUA. Londres recusou ontem conceder-lhe estatuto de diplomata.
Ao ter este estatuto, poderia sair livremente da embaixada. Mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico recusou o pedido e lembrou ao Governo de Quito que a única solução é Julian Assange entregar-se à justiça.
De acordo com uma fonte do Foreign Office, citada pelo jornal The Guardian, “o Governo do Equador solicitou recentemente o estatuto diplomático para Assange”, mas “o Reino Unido não atendeu a esse pedido” e Londres “nem sequer se encontra em conversações com o Equador sobre esse assunto”.
“O Equador sabe que a forma de resolver este problema é Julian Assange abandonar a embaixada para enfrentar a justiça”, acrescentou a mesma fonte ao jornal.
Na terça-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Equador admitiu que a permanência de Assange na embaixada se está a tornar "insustentável".
Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres em Junho de 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu, na sequência de acusações de violação na Suécia, as quais sempre negou, dizendo que as relações sexuais com a queixosa foram consentidas.
O mandado foi retirado em Maio do ano passado, depois de a procuradoria sueca ter anunciado o abandono do processo por violação contra o fundador do WikiLeaks, encerrando uma saga judicial que durava desde 2010.
Apesar da decisão da procuradoria sueca, Assange continua na representação diplomática por receio de ser detido pelas autoridades britânicas e deportado para os Estados Unidos, onde pode ser julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.
O site WikiLeaks, lançado em 2006, tornou-se conhecido por divulgar vídeos do exército norte-americano em Bagdad, no Iraque, e depois por tornar públicos relatórios confidenciais das Forças Armadas norte-americanas sobre a guerra no Afeganistão e no Iraque.
No entanto, é com a divulgação, em finais de Novembro de 2010, de milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos que Julian Assange e o seu sítio na Internet se tornam definitivamente um alvo para a administração norte-americana.