Permanência de Assange na embaixada do Equador começa a ser “insustentável”

Embaixadora equatoriana em Londres pede uma mediação internacional para resolver o caso do fundador do WikiLeaks, que pediu asilo em 2012.

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Uma das raras aparições de Assange à janela da embaixada do Equador, em Maio do ano passado. LUSA/ANDY RAIN

Cinco anos e meio depois de ter entrado na embaixada do Equador em Londres com um pedido de asilo, a permanência de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, no edifício está a tornar-se “insustentável”. O termo foi usado pela ministra dos Negócios Estrangeiros equatoriana, que, na terça-feira, afirmou estar à procura de um mediador internacional que ajude a retirar Assange da embaixada em Knightsbridge.

O processo terá de incluir a Suécia, de onde Assange fugiu devido a queixas de violação e assédio sexual de duas mulheres, e os Estados Unidos, sobre o qual divulgou milhares de documentos. “Nenhuma solução será conseguida sem a cooperação internacional e do Reino Unido, que também mostrou interesse em encontrar uma solução”, afirmou Maria Fernanda Espinosa durante um encontro com jornalistas. Essa mediação pode ser feita por um terceiro país ou uma personalidade, adiantou. “Uma pessoa não pode viver naquelas condições para sempre”, acrescentou.

Em Maio, as autoridades suecas encerraram os processos sobre violação e assédio sexual, alegadamente cometidos em 2010, por considerarem que não tinham condições para o punir. Por causa desses processos, a Interpol emitira no final de 2010 um mandado de captura que levou Assange a entregar-se às autoridades inglesas e a ser julgado. Saiu sob fiança de 240 mil libras (mais de 270 mil euros), angariadas por apoiantes, e com pulseira electrónica, refugiando-se na embaixada do Equador.

A Metropolitan Police tem garantido que Julian Assange será detido mal ponha um pé fora da embaixada, mas as autoridades do Equador querem assegurar que o Reino Unido lhe dê um salvo-conduto para que possa sair do país.

O Telegraph cita um porta-voz do executivo britânico afirmando apenas que “o Governo do Equador sabe que a forma de resolver este assunto é Julian Assange deixar a embaixada para enfrentar a Justiça”.

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