Seis candidatos podem apresentar propostas para hotel em Santa Apolónia
A Infra-Estruturas de Portugal quer um hotel de quatro ou mais estrelas, com pelo menos 120 quartos, na estação. Ainda não há previsão de quando o processo estará concluído.
Seis das dez empresas que manifestaram interesse em explorar um hotel na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, passaram à segunda fase do concurso e têm agora dois meses para apresentar propostas. A Infra-Estruturas de Portugal (IP) diz que é “ainda muito precipitado” adiantar uma data para a conclusão do processo.
Do lote de candidatos que, em Novembro, se apresentaram à subconcessão de parte do edifício histórico da estação, os seis que ficaram são The House Ribeira Hotel (grupo Sonae, dono do PÚBLICO), o consórcio entre Visabeira e Montebelo, Pestana, os grupos Hoti-Star, Barceló e Salvor.
Estas empresas terão de apresentar propostas até 15 de Março. A IP, que promove este projecto através da subsidiária IP Património, quer pôr a funcionar um hotel de quatro ou mais estrelas, com pelo menos 120 quartos, na parte da estação virada ao Tejo. O programa prevê a concessão do espaço por 35 anos e o vencedor terá de realizar “determinadas obras de renovação” da estação, inaugurada no século XIX.
PCP contra
A ideia de instalar um hotel em Santa Apolónia já é antiga, mas começou a ganhar nova força em meados de 2015, quando o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Salgado, sugeriu o encerramento da estação ferroviária e a criação de um espaço verde no local onde agora são as linhas de comboio. No início de 2016, a IP rejeitou essa solução, mas abriu caminho à instalação do hotel.
Em resposta ao PÚBLICO nesta quarta-feira, uma fonte oficial da IP não quis adiantar quando poderá ser feita a adjudicação, lembrando que o processo ainda tem várias fases depois de apresentadas as propostas: uma primeira avaliação, negociações, apresentação de versões finais e, por fim, uma decisão.
O PCP é, para já, o único partido político que está contra esta operação. Os deputados no Parlamento, os vereadores na câmara de Lisboa e os deputados na assembleia municipal apresentaram várias moções e questões ao Governo sobre o assunto. Os comunistas consideram que “em Lisboa sobram hotéis, mas é confrangedora a falta de resposta dos serviços públicos de transportes”.
Temem ainda que este seja um primeiro passo para o encerramento da estação, pelo que, numa recente moção levada à assembleia municipal, os deputados pediam mesmo ao executivo de Fernando Medina para não licenciar o futuro hotel. Este ponto do documento foi chumbado.