Portugal vai comandar o contingente da União Europeia na República Centro-Africana
Afeganistão junta-se à lista de países – até agora, todos africanos – onde Portugal terá forças destacadas em 2018.
O convite foi feito a Portugal que aceitou e as Forças Armadas (FA) portuguesas vão assumir pela primeira vez, durante o ano de 2018, o comando da força da União Europeia (European Union Training Mission) na República Centro-Africana EUTM-RCA. O efectivo contará com 40 militares (e pode ir até aos 50), dos três ramos das FA. A partida dos militares dessa força foi adiada 24 horas - por "motivos técnicos", informou o gabinete do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) – e remarcada para a 1h desta sexta-feira, na Base Aérea do Montijo.
A EUTM-RCA “contribui para a reforma do sector de defesa, através do planeamento e execução de actividades de assessoria, formação e treino operacional às Forças Armadas da RCA, em Bangui, em coordenação com a delegação da União Europeia, com a missão das Nações Unidas e, outras organizações internacionais e não-governamentais, presentes na capital da RCA”, esclarece um comunicado do Gabinete do Chefe do Estado-Maior-General das FA.
Na República Centro-Africana, a força europeia, composta por cerca de 170 militares de 12 países da União Europeia, será comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio. Em paralelo, Portugal mantém neste país a participação numa outra força: a da missão de manutenção de paz das Nações Unidas (MINUSCA).
O contingente português destacado para a República Centro-Africana partiu há quase um ano e aí vai permanecer até Novembro de 2018, data em que termina o mandato das Nações Unidas para esta missão. Pode, no entanto, vir a ser prolongada pela ONU para além dessa data, explicou o coronel Hélder Perdigão, do gabinete do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas. Actualmente na República Centro-Africana estão três mulheres e 157 homens, dos quais 90 são comandos do Exército.
Reacção rápida no Afeganistão
Para Abril de 2018, está também garantido o envio para o Afeganistão de uma força de reacção rápida, que terá até 160 militares, como foi aprovado pelo Conselho Superior de Defesa Nacional, aos quais se juntam cerca de 25 formadores militares de Artilharia, para assistência e treino da Escola de Artilharia Afegã.
O envio de militares para o Afeganistão foi anunciada pelo ministro da Defesa em Setembro. Na altura, José Azeredo Lopes explicou que a força teria uma dimensão equivalente ao contingente que Portugal retirou em Maio do teatro de operações do Kosovo onde permanecem quatro militares.
Iraque, Somália, Roménia, Colômbia, Mediterrâneo, Costa Ocidental Africana, Lituânia e Índico, são outros países ou regiões onde Portugal tem – e manterá em 2018 – forças destacadas.
Também de acordo com o que está planeado para 2018, a força portuguesa que está ao serviço da UE no Mali vai manter-se pelo menos até Maio. A sua permanência neste país africano está autorizada até o final de 2018 no caso de o mandato da UE ser prorrogado.
“O prolongamento da força é uma decisão da União Europeia. Todavia, as Forças Armadas, se assim for entendido, poderão manter a sua presença neste teatro de operações ao longo de 2018”, explicou ainda o responsável pela comunicação do gabinete do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
Notícia alterada: acrescentado o adiamento por 24 horas da partida do contingente português da EUTM-RC e corrigindo número de militares no Kosovo que são quatro e não 10 como inicialmente referido.