O Médio Oriente em 2018: regra sem exceção?
As expectativas de paz, estabilidade e segurança no Médio Oriente tendem a dececionar, em 2018 não se espera exceção.
O ano de 2017 ficou marcado por conflitos e instabilidade no Médio Oriente. Apesar das vitórias militares em territórios antes controlados pelo autoproclamado “Estado Islâmico” (Daesh), no Iraque e na Síria, a ação deste movimento, bem como de grupos associados na região e fora dela, está longe de ser controlada. As razões para a expansão do Daesh não foram eliminadas, os conflitos entre grupos étnicos e religiosos agravaram-se e uma solução política, concertada entre atores regionais e internacionais, está por alcançar. Acrescem as guerras civis no Iémen e na Síria, a tensão nas áreas de maioria curda, a instabilidade no Líbano e o conflito israelo-palestiniano.
O novo ano não traz perspetivas animadoras. Em 2018 espera-se a continuidade – e possível agravamento – da tensão entre dois dos pilares do Médio Oriente: a Arábia Saudita e o Irão. Os conflitos na região, reais ou latentes, estão, de alguma forma, relacionados com o confronto de ambições e interesses entre estes Estados. Assim, os alinhamentos regionais – em particular da Turquia, Egito, Iraque e Estados do Golfo – bem como internacionais – dos Estados Unidos e Rússia – serão determinados pela evolução do “choque de titãs”.
O reconhecimento norte-americano de Jerusalém como capital de Israel agravou a instabilidade e fez regressar o conflito israelo-palestiniano à agenda internacional. As expectativas de paz, estabilidade e segurança no Médio Oriente tendem a dececionar, em 2018 não se espera exceção.