Bitcoin afunda-se e traz à tona os riscos do investimento em criptomoedas

A segurança e o bom funcionamento das bolsas de transacções têm levantado dúvidas. Mas a divisa digital já recuperou de quedas semelhantes.

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A queda também está a afectar outras criptomoedas Reuters/Dado Ruvic

O valor da bitcoin está em queda. A descida atingiu os 30% esta sexta-feira, fazendo com que o preço caísse para quase metade do pico atingido no início da semana, quando a moeda rondou os 19 mil dólares em algumas bolsas, uma valorização que levou muitos investidores a considerarem vender para obter lucros. 

A queda também está a afectar outras criptomoedas populares, como a ethereum (ou ether), que chegou a cair mais de 40% esta sexta-feira. A tendência negativa é uma reviravolta após duas semanas em que o valor de várias criptomoedas aumentou, depois do lançamento de contratos de futuro nos EUA. Duas bolsas de derivados financeiros nos EUA oferecem agora um serviço para apostar no valor da bitcoin. Isto é feito através de contratos em que investidores se comprometem a comprar e vender uma determinada quantidade de bitcoins, a um determinado preço, numa data futura.

Por volta das 15h, a bitcoin valia cerca de 12.300 dólares, segundo o site especializado Coindesk. Os preços da divisa variam nas várias bolsas online em que as bitcoins, e outras divisas digitais, são compradas e vendidas. O valor mais baixo registado desde o começo da queda desta sexta-feira rondava os 10.900 dólares (cerca de 9200 euros). É um valor 43% abaixo do pico de 19.169 dólares atingido no começo da semana. Apesar da descida, porém, a divisa digital continua a valer muito mais do que no início do ano, altura em que o preço rondava os 1000 dólares. 

A divisa digital, porém, tem recuperado de outras quedas acentuadas. Em Setembro, o valor da divisa caiu 36% – de 5000 dólares para perto de 3200 dólares –, depois de o Governo chinês ordenar o encerramento dos serviços de transacção de bitcoins no país e de a moeda ser objecto de críticas por parte do presidente do banco norte-americano JP Morgan. Alguns países, porém, estão a optar por regular a bitcoin para fomentar a inovação e evitar problemas com fraudes relacionados com divisas digitais. O Japão é um dos casos.

A desvalorização vem ainda no seguimento de uma semana em que problemas de segurança com a divisa digital estiveram na ordem do dia.

Uma mulher em Nova Iorque, por exemplo, foi acusada de realizar lavagem de dinheiro com bitcoins (e outras criptomoedas) para ajudar o Estado Islâmico. As autoridades americanas estão a investigar.

Já o Bithumb e o Youbit – duas das empresas de transacções de bitcoin na Coreia do Sul – foram vítimas de ciberataques, em que foram roubados o acesso a dados e fundos dos utilizadores. A Youbit já declarou falência (é o segundo ataque em menos de um ano). No primeiro caso, porém, o ataque veio da empresa de media sul-coreana MBC, que contratou uma firma de segurança para testar a segurança de algumas das grandes empresas que movimentam bitcoins no país. 

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