O que não serve para mim não serve para os outros

Aos centros de recolha e distribuição de bens doados chega muito material que não pode ter outro fim que não o lixo. 

Paulo Pimenta
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Paulo Pimenta

O que é que passa pela cabeça de alguém quando mete no mesmo saco ou caixote para onde vão seguir os bens doados para populações vulneráveis roupas rotas e desbotadas? Sapatos sem par? Brinquedos partidos? Panelas estragadas? Livros com paginas arrancadas? Trapos que só servem para lavar o chão? bonecas sem cabeça, barbies sem roupa, carrinhos sem rodas? Roupa interior usada? Móveis a que faltam peças? Cadeiras mancas? Não se percebe. Limpa-se o armário? Esvazia-se o monte dos trastes que ocupa lugar lá em casa? Não se percebe.

O que passa pela cabeça de alguém que abre um saco ou um caixote onde é suposto virem oferendas de boa-vontade e se depara com pouco mais do que lixo? Desrespeito. Pelos que perderam tudo, mas não abdicam da dignidade. Pelos que perdem horas e horas, de forma voluntária a tentar catalogar o que chega, a arrumar o que pode ser doado, a distribuir o que é preciso. 

O PÚBLICO visitou vários centros de recolha e distribuição de bens doados e confrontou-se com toneladas de material que, garantem os voluntários, não pode ter outro fim que não a reciclagem. Felizmente não é a maioria – até porque a maioria do que chega não só está em condições, como uma grande parte está a estrear. Mas a pergunta fica-nos a martelar: o que é que passa na cabeça de quem o faz? Respeito, precisa-se. Luísa Pinto

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