Fotogalerias
Se isto não foi uma guerra
As marcas dos violentos incêndios de 17 de Junho e 15 de Outubro ficaram gravadas nas paisagem e crismadas nas pessoas.
Aldeias devastadas, casas destruídas, paisagem pintada de preto. É assim há seis meses na zona de Pedrógão Grande, é assim há dois meses em dezenas de concelhos da Beira Interior.
A dimensão da catástrofe é ainda melhor aferida se notarmos em pequenos grandes exemplos, e percebermos que a partir deles, tudo se multiplica até aos limites do imaginável.
A aldeia de Coucedeira, no concelho de Seia, era um daqueles aglomerados perfeitos para os postais de Natal até ao último dia 15 de Outubro. Hoje, não há presépio que se vislumbre num aglomerado de casas totalmente queimadas. São 15 edifícios, no núcleo principal da aldeia, e destes apenas três correspondem a casas de primeira habitação, e por isso terão acesso a apoios para a reconstrução – as casas de segunda habitação, em que não há residentes em permanência, não têm apoio do Estado, por enquanto.
A Fábrica de Sirgaria e Passamanaria J. Guerra, está em Oliveira do Hospital há 40 anos, e há 25 na zona industrial. “Nunca me passou pela cabeça que algum dia um incêndio devastasse por completo uma área industrial. Isto parece que foi uma bomba que aqui caiu”, diz. incrédulo. Cláudio Guerra que, dois meses depois, continua a defrontar-se com ferro retorcido e máquinas-que-não-se-fazem-em-mais-lado-nenhum-do-mundo completamente calcinadas.
Mas também a comunidade de 150 famílias e 50 crianças que estavam a “viver o sonho” da comunhão com a natureza e viram as suas casas destruídas. Luísa Pinto